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Rumores de recuperação judicial derrubam ações da Azul em 26%

Azul Linhas Aéreas - Azul e Gol
(Imagem: divulgação/Azul Linhas Aéreas)
Azul Linhas Aéreas - Azul e Gol
(Imagem: divulgação/Azul Linhas Aéreas)

As ações da Azul (AZUL4) enfrentaram uma forte volatilidade na Bolsa brasileira nesta quinta-feira (29) devido a rumores sobre possíveis movimentos da companhia para lidar com suas obrigações financeiras. Como consequência, as ações chegaram a desabar 26,21%, sendo negociadas a R$ 5,35 ao longo do dia. Isso ocorreu após uma reportagem da Bloomberg indicar que a empresa poderia estar considerando desde uma oferta de ações até um pedido de proteção contra credores nos Estados Unidos, conhecido como “Chapter 11”.

O impacto da notícia foi imediato, levando à suspensão temporária das negociações dos ADRs da Azul em Nova York e das ações AZUL4 na B3. No entanto, quando as negociações foram retomadas, as ações continuaram em queda acentuada, encerrando o dia com um recuo de 24,14%, fechando a R$ 5,50.

Azul e os investidores

Em resposta à especulação, a Azul emitiu um comunicado oficial à CVM, no qual afirmou que as informações divulgadas pela Bloomberg foram “mal interpretadas“. A empresa reafirmou que está envolvida em diversas negociações para otimizar sua estrutura de capital e destacou que os principais “stakeholders” estão comprometidos com as medidas em curso.

Em entrevista à Reuters, o presidente da Azul, John Rodgerson, procurou tranquilizar o mercado ao afirmar que a companhia aérea está em uma posição financeira forte e não pretende recorrer ao “Chapter 11“. “Não temos uma empresa aérea quebrada. Temos uma empresa aérea super saudável, que vai negociar com seus parceiros”, afirmou o presidente da Azul. Ele também foi categórico ao dizer que “um pedido de recuperação judicial não é nosso plano. Não é meu plano, não é o plano dos parceiros. Estamos trabalhando em uma discussão amigável com todo mundo como sempre fizemos”.

Opções estratégicas em avaliação

Apesar do posicionamento da Azul, a Bloomberg informou que a companhia estaria em consultas com o Citigroup para explorar uma possível oferta de ações. A empresa também considera realizar uma fusão com a Gol (GOLL4) como uma estratégia para fortalecer sua posição financeira. No entanto, outra alternativa em estudo seria a emissão de novas dívidas usando a unidade de carga da Azul como garantia.

Essas movimentações ganham relevância no contexto de uma Azul que ainda lida com desafios, incluindo altos pagamentos de juros e despesas crescentes devido à desvalorização do real frente ao dólar. Além disso, a empresa enfrenta um endividamento, que aumentou para 4,5 vezes o EBITDA no segundo trimestre de 2024.

Desafios futuros

O setor aéreo no Brasil enfrenta um ambiente desafiador, especialmente após a pandemia de covid-19. Sendo assim, várias companhias aéreas na América Latina buscaram proteção contra credores. A Azul, até agora, evitou essa medida, mas a pressão aumenta conforme vencimentos de dívida se aproximam e o cenário econômico segue incerto.