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Lufthansa se aproxima de compra da TAP e quer 20% da companhia

Lufthansa quer comprar fatia da TAP. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)
Lufthansa quer comprar fatia da TAP. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)
Lufthansa quer comprar fatia da TAP. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)
Lufthansa quer comprar fatia da TAP. (Foto: Divulgação/Wikimedia Commons)

O presidente-executivo da Lufthansa, Carsten Spohr, se reuniu nesta segunda-feira (2) com autoridades do governo de Portugal para discutir a possível aquisição de uma participação na TAP Air Portugal. A reunião, solicitada pela própria Lufthansa, contou com a presença do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e do ministro da Infraestrutura, Miguel Pinto Luz. Esta movimentação marca um avanço nas negociações para a privatização da companhia aérea estatal portuguesa.

Lufthansa quer comprar TAP: interesse estratégico e limites regulatórios

Fontes próximas ao assunto indicam que a Lufthansa está interessada em adquirir uma participação inicial de 19,9% na TAP. Esse percentual foi estrategicamente escolhido para ficar abaixo do limite de 20%. Trata-se de um limite que exigiria a aprovação da Comissão Europeia, o órgão regulador antitruste da União Europeia (UE). A escolha reflete uma abordagem cuidadosa da Lufthansa. Nesse sentido, a companhia busca evitar obstáculos regulatórios, ao mesmo tempo em que posiciona a empresa para uma eventual expansão de sua participação.

Concorrência e ativos estratégicos

Além da Lufthansa, outras gigantes do setor aéreo também manifestam interesse na TAP. Dentre elas, estão a IAG (controladora da British Airways) e a Air France-KLM. A companhia portuguesa é considerada um ativo estratégico devido aos seus slots privilegiados para o Brasil, países africanos de língua portuguesa, e os Estados Unidos, a partir de seu hub em Lisboa. Estes mercados são vistos como altamente valiosos para qualquer grupo que deseje expandir sua presença internacional.

Privatização acelerada

Embora o processo de privatização da TAP ainda esteja em fases iniciais, o governo português demonstrou interesse em acelerar a venda. A administração anterior já havia aprovado a venda de pelo menos 51% da TAP em setembro de 2023. Todavia, a transação não foi concluída antes das eleições gerais. A atual administração, empossada em abril, ainda precisa definir o modelo exato de privatização. Entretanto, a pressão para concluir o processo cresce, especialmente diante do interesse internacional.

Desafios e oportunidades

A TAP foi renacionalizada em 2020 durante a pandemia de Covid-19, após uma injeção de € 3,37 bilhões (cerca de R$ 17,5 bilhões na época). Nesse sentido, a empresa continua sendo uma das poucas companhias aéreas estatais na Europa ainda disponíveis para aquisição. A Lufthansa, recentemente, conseguiu aprovação para adquirir uma participação na ITA Airways. Isso demonstra sua intenção de consolidar sua posição no mercado europeu. Entretanto, a Lufthansa enfrenta o desafio de superar a concorrência e as preocupações regulatórias de Bruxelas, que tem adotado uma postura mais rígida em relação a fusões e aquisições no setor aéreo.

Perspectivas futuras

Apesar do fato de que a Lufthansa quer comprar 20% da TAP, as negociações com o governo português ainda estão em estágio preliminar, e espera-se que a possível compra não seja concluída antes do primeiro trimestre de 2025. Estima-se que a transação possa alcançar valores entre € 180 milhões e € 200 milhões (R$ 1,1 bilhão a R$ 1,2 bilhão). A conclusão bem-sucedida dessa negociação poderá fortalecer a posição da Lufthansa no mercado europeu e global, especialmente nas rotas estratégicas operadas pela TAP.

M Dias Branco conteúdo patrocinado