Em meio à inflação crescente e a uma volatilidade cambial que desafia até os investidores mais experientes, a diversificação internacional dos ativos tem se tornado uma estratégia inteligente para proteger e potencializar o patrimônio. Uma das abordagens que podem ser recomendadas é dolarizar o patrimônio, ou seja, investir parte dos recursos em ativos atrelados ao dólar. Esse movimento ajuda a mitigar riscos relacionados à desvalorização do real e às incertezas econômicas locais.
Por que dolarizar o patrimônio?
A diversificação é essencial, especialmente em tempos de incerteza econômica. Segundo o consultor financeiro Caio Mastrodomenico, dolarizar o patrimônio é uma forma eficaz de proteger os investimentos contra a desvalorização do real.
“Investir em ativos globais reduz a exposição ao risco específico de um único país, oferecendo acesso a mercados mais estáveis e previsíveis”, explica.
Além de garantir uma maior segurança, essa estratégia permite que os investidores aproveitem oportunidades que não estão disponíveis no mercado brasileiro. “Ao expandir o portfólio para mercados externos, o investidor pode explorar setores em crescimento, como tecnologia e saúde, que têm mostrado bons retornos mesmo em meio à volatilidade global”, acrescenta Mastrodomenico.
Oportunidades em escala global
Dolarizar não é apenas uma questão de proteção — é também uma porta de entrada para novas oportunidades. O mercado de ações dos Estados Unidos, por exemplo, continua sendo um dos mais atraentes, especialmente nas áreas de tecnologia, saúde e energia limpa. Esses setores têm apresentado crescimento expressivo, muitas vezes superando os rendimentos de mercados emergentes, como o Brasil.
“A digitalização e as transições energéticas criam janelas de investimento promissoras”, destaca Mastrodomenico. Com isso, o investidor não só protege seu patrimônio, mas também amplia suas possibilidades de ganho a longo prazo.
Como começar a dolarizar?
Para quem quer iniciar a dolarização para resguardar seu patrimônio, o processo se tornou bem mais simples do que era no passado. Com o avanço das plataformas digitais, investir no exterior está ao alcance de mais pessoas. Pedro Brandão, CEO da CredÁGIL, reforça que os investidores podem contar com corretoras internacionais que oferecem suporte adequado e taxas competitivas. “É importante escolher uma corretora confiável, que ofereça suporte em sua língua e tenha custos acessíveis”, orienta Brandão.
Nos anos anteriores, o acesso a ativos globais era um processo complexo e restrito a poucos. Hoje, com as plataformas digitais, investir no exterior se tornou muito mais acessível e prático. “O avanço tecnológico facilitou bastante o processo. O que antes era burocrático e caro, agora é muito mais ágil”, observa Brandão.
Existe um momento certo para investir?
Muitos investidores se perguntam se há um momento ideal — talvez em função de crises políticas ou econômicas — para começar a investir no exterior.
Segundo Pedro Brandão, o melhor momento é sempre o presente. “Quanto antes você começar, melhor. Mas é essencial prestar atenção nas condições do mercado, especialmente nas taxas de juros, para definir se vai optar por renda fixa ou variável”, destaca o CEO da CredÁGIL.
Brandão enfatiza a importância de acompanhar o cenário econômico para tomar decisões bem fundamentadas. Ele explica que a análise de variáveis, como juros e o câmbio, pode ajudar a planejar melhor a alocação de recursos.
Pontos de atenção
Embora investir no exterior traga muitas vantagens, Pedro Brandão também destaca alguns desafios, como as taxas cambiais e os custos de conversão de moeda.
“É preciso ficar atento às taxas que podem impactar seus rendimentos, principalmente na hora de converter o dinheiro para outra moeda. Isso pode corroer parte dos ganhos, se não for bem administrado”, explica Brandão.
Outro ponto que merece atenção é que alguns tipos de ativos no exterior podem estar disponíveis apenas para investidores qualificados ou com acesso a fundos específicos. Portanto, é necessário entender bem as opções e as regras antes de investir.
A ação de dolarizar parte do patrimônio não é apenas uma maneira de proteger seus investimentos contra as oscilações do mercado interno, mas também uma forma de explorar novas oportunidades globais. Com a ajuda da tecnologia, o processo se tornou mais acessível, e as plataformas digitais tornaram a experiência mais fluida e eficiente. No entanto, é essencial ficar atento às questões fiscais e às taxas cambiais para garantir que a estratégia seja lucrativa.
Em um mundo cada vez mais interconectado, investir globalmente é uma necessidade para quem deseja garantir a segurança e o crescimento sustentável do seu patrimônio.
