Um estudo recente realizado pela Aliança da Floresta Tropical (em inglês, Tropical Forest Alliance), sob a égide do Fórum Econômico Mundial, destaca o potencial inexplorado do Cerrado brasileiro. Intitulado “Cerrado: Production and Protection”, o relatório aponta que, adotando práticas agrícolas sustentáveis, este bioma pode contribuir com até US$ 72 bilhões por ano para a economia brasileira até 2030, ao mesmo tempo em que se preserva sua riqueza ambiental.
Agricultura sustentável como chave
O relatório sugere que a implementação de métodos como a agrossilvicultura e a agricultura regenerativa não só aumentará a produtividade agrícola, mas também gerará empregos, promoverá o turismo e explorará indústrias verdes, equilibrando a necessidade de produção com a proteção ambiental.
Potencial do Cerrado: desafios e oportunidades
Apesar do potencial positivo, o estudo adverte sobre o risco de aumento do desmatamento e da conversão de terras, recomendando que os investimentos sejam acompanhados de estratégias rigorosas de proteção ao Cerrado. A colaboração entre o setor público e privado, assim como o engajamento de diversos setores, incluindo tecnologia e finanças, é vista como crucial para o sucesso deste modelo.
Preparação para a COP30
Com a realização da COP30 no Brasil, o país tem a oportunidade de liderar pelo exemplo na questão climática. O relatório enfatiza que o Brasil pode se posicionar como um líder climático global, adotando um modelo de crescimento que valorize tanto o setor agrícola quanto a conservação do Cerrado.
Estratégias para o futuro
O estudo delineia quatro áreas de ação prioritárias para o sucesso da agenda de produção e proteção no Cerrado:
- Regulamentações e Políticas: Encorajar políticas que valorizem a vegetação nativa e aumentem a vigilância e penalidades para conversão ilegal.
- Financiamento para o Desenvolvimento: Rebalancear o financiamento em favor de práticas sustentáveis e atrair investimentos privados para projetos inovadores.
- Transparência e Padrões: Melhorar a rastreabilidade e adotar métricas de impacto ambiental para aumentar a transparência das operações.
- Pesquisa e Desenvolvimento: Investir em pesquisa adaptada ao Cerrado para explorar seu potencial de sequestro de carbono e identificar tecnologias disruptivas que possam ser aplicadas na região.