O Ceará encerrou o mês de agosto com uma taxa de inadimplência de aluguéis de 6,11%, ocupando a quarta posição entre os estados brasileiros. O levantamento, realizado pela Superlógica, empresa que atua no mercado imobiliário e de condomínios, analisou dados de mais de 800 mil locatários no país. Atualmente, o estado do Amazonas lidera com a maior taxa de inadimplência, alcançando 13,66%, seguido pela Paraíba, com 11,28%, e pelo Pará, com 6,27%.
Os inquilinos que atrasam o pagamento dos boletos por mais de 60 dias são considerados inadimplentes. O Norte se destaca como a região com a maior inadimplência, atingindo 5,12%. Já o Nordeste, segunda colocada, registrou 4,91%. O Brasil, como um todo, apresentou uma taxa de 3,12%, uma das menores em 2024.
Impacto econômico no Ceará e Nordeste
O cenário econômico desempenha um papel fundamental na inadimplência. O Nordeste fechou o segundo trimestre de 2024 com uma taxa de desemprego de 9,4%, a mais alta do país. Para Manoel Neto, Diretor de Negócios para Imobiliárias da Superlógica, esse fator contribui diretamente para o aumento da inadimplência.
“O custo do aluguel representa, em média, 30% da renda familiar. Quando o desemprego cresce, as famílias enfrentam dificuldades para manter os pagamentos em dia”, avalia.
Santa Catarina, por exemplo, tem a menor taxa de desemprego, de 4,7%, e também uma das menores taxas de inadimplência, refletindo a correlação entre emprego e capacidade de pagamento.
Diferenças regionais e contratos locatícios
As formas de contratação também influenciam diretamente a inadimplência. Nas regiões Norte e Nordeste, é comum utilizar fiadores como garantia, o que, segundo Manoel Neto, aumenta o risco de inadimplência. Em contrapartida, no Sul e Sudeste, onde bancos e seguradoras oferecem garantias, os proprietários continuam recebendo os aluguéis mesmo em caso de inadimplência.
Essas garantias profissionais, ao envolverem instituições financeiras, tornam o processo mais eficiente e seguro para o proprietário. “O avanço dessas garantias no Norte e Nordeste poderia ajudar a reduzir a inadimplência, que ainda é elevada“, comenta Manoel Neto.
Imóveis comerciais tem a maior taxa de inadimplência
Entre os tipos de imóveis, os comerciais apresentam a maior taxa de inadimplência no Nordeste, atingindo 6,67%. As casas registram uma inadimplência de 5,66%, enquanto os apartamentos apresentam um índice inferior, de 3,84%. A inadimplência também varia conforme a faixa de preço dos aluguéis. Imóveis com aluguel acima de R$ 13 mil lideram o índice de inadimplência, seguidos por imóveis com aluguel entre R$ 8 mil e R$ 13 mil, e os de até R$ 1 mil.