A recente intensificação do conflito no Oriente Médio traz preocupações para a economia brasileira. Especialistas destacam que as consequências desse cenário podem ser graves, especialmente em relação ao aumento dos preços do petróleo.
A escalada da tensão na região teve início com os ataques do grupo Hamas contra Israel, seguidos por reações bélicas que envolveram o Hezbollah. O envolvimento do Irã, um dos principais produtores de petróleo mundial, adiciona uma nova camada ao mercado de petróleo.
O preço do barril já apresentou um aumento, com a cotação subindo mais de 5% após os últimos eventos, exercendo influência sobre a economia brasileira.
Petróleo: Um fator crucial para a economia brasileira
Os economistas concordam que a preocupação para o Brasil é o impacto do aumento do petróleo no mercado global. A possibilidade de que outros países possam se envolver no conflito gera receios de uma interrupção na produção.
Segundo a economista-chefe Helena Veronese, o Irã representa um risco devido ao seu papel como produtor de petróleo e ao seu suporte ao Hezbollah.
Quando conflitos na região ocorrem, os preços do petróleo tendem a disparar. Um exemplo recente foi o aumento imediato nas cotações do barril, que chegaram a beirar os US$ 90 logo após os primeiros ataques.
Efeitos no câmbio e na inflação
Além dos combustíveis, a alta nos preços do petróleo pode também refletir na economia brasileira. Investidores podem optar por mover seus investimentos para o dólar em busca de segurança, resultando em uma valorização da moeda americana. Isso pressiona a cotação do real e gera um cenário de incertezas fiscais.
O aumento no preço dos combustíveis se reflete, ainda, na inflação, uma vez que a gasolina e o diesel são componentes importantes do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
De acordo com a estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, o aumento dos custos de transporte repercute em toda a cadeia de produção e logística, encarecendo produtos e afetando o consumidor final.
Perspectivas inflacionárias
Helena Veronese ressalta que a guerra tende a ter um efeito inflacionário que se espalha globalmente, à medida que a distribuição de produtos essenciais fica comprometida, afetando, assim, a economia brasileira. A duração do conflito definirá a intensidade desta pressão inflacionária.
Com os preços dos combustíveis no Brasil já mais altos do que a média internacional, a Petrobras pode evitar aumentos drásticos, mas a situação se torna insustentável se a guerra se prolongar.