A extinção de espécies, incluindo a de aves, não é apenas uma crise ambiental, mas também econômica. De acordo com o biólogo de Harvard, E.O. Wilson, a cada ano 30 mil espécies desaparecem, e uma em cada um milhão corre o risco de extinção. As extinções de aves, que muitas vezes passam despercebidas, são um sinal de alerta para impactos maiores em ecossistemas e negócios.
A conexão entre extinções de aves e os negócios
O declínio da biodiversidade afeta diretamente a economia global. Segundo o Boston Consulting Group (BCG), o mundo perde mais de US$ 5 trilhões por ano devido à diminuição da funcionalidade dos ecossistemas. Além disso, mais de US$ 44 trilhões, ou metade do PIB global, dependem de serviços naturais, como alimentos, materiais e combustível. A perda de biodiversidade, incluindo as extinções de aves, já está prejudicando cadeias de suprimentos e produção.
Essa crise ecológica impacta diretamente empresas e indústrias. A falta de polinizadores, por exemplo, já ameaça culturas agrícolas, que representam até 75% das plantações globais. Sem essas espécies, as empresas podem enfrentar quedas no valor de mercado, inadimplência e falências, comprometendo investidores, índices de ações e economias inteiras.
Impactos diretos e indiretos das extinções de aves
A perda de aves que atuam como controladoras de pragas, polinizadoras ou dispersoras de sementes pode prejudicar a produtividade de diversas culturas. Sem esses serviços, estima-se que o valor de mercado da produção agrícola global possa cair entre US$ 235 bilhões e US$ 577 bilhões.
Além disso, a pandemia de Covid-19 mostrou como a degradação ambiental, causada pelo desmatamento e extinção de espécies, pode gerar impactos indiretos na economia. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a pandemia provocou uma queda de US$ 12,5 trilhões no PIB global. Além disso, o desmatamento e a perda de biodiversidade estão diretamente ligados ao aumento de doenças zoonóticas.
Consequências para a economia
Os efeitos das extinções de aves e outras espécies vão além da agricultura e das pandemias. O declínio de funções reguladoras naturais, como árvores e plantas que protegem os ecossistemas, resulta em desastres ambientais. Inundações, ondas de calor e eventos climáticos extremos estão cada vez mais frequentes e custaram US$ 224 bilhões à economia global em 2021.
Um relatório recente revelou que desastres relacionados à água, como inundações, podem gerar prejuízos de até US$ 5,6 trilhões até 2050. Esses desastres não apenas atingem indústrias que dependem de insumos naturais, mas afetam todos os setores econômicos.
Biodiversidade como estratégia de negócios
Apesar desse cenário, a solução está nas mãos de investidores e empresas. A crise de extinção de aves e outras espécies deve ser tratada como uma questão sistêmica. Adotar medidas para gerenciar e reduzir a perda de biodiversidade é essencial para garantir a continuidade dos negócios.