O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação oficial do Brasil, apresentou alta de 0,54% em outubro. A energia elétrica residencial foi o principal responsável pelo aumento, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Prévia da inflação: aceleração dos preços em outubro
O aumento de 0,54% na prévia da inflação em outubro indica uma especificidade em relação a setembro, quando o índice subiu apenas 0,13%. A alta foi impulsionada principalmente pelo grupo de Habitação, que registrou um aumento de 1,72%, puxado pela energia elétrica, cujos preços subiram 5,29%. O impacto desse setor foi de 0,26 ponto percentual no índice geral.
A bandeira tarifária vermelha, patamar 2, aumentou os custos na conta de luz em outubro, com um acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. Essa bandeira, somada a outros fatores, fez com que a inflação do mês superasse as expectativas do mercado, que previa uma alta de 0,50%.
Outros setores influentes
Além da Habitação, os setores de Alimentação e Bebidas e Saúde também influenciaram o aumento da prévia da inflação. O grupo Alimentação e Bebidas subiu 0,87%, com destaque para produtos como o contrafilé, que teve uma alta de 5,42%, e o café moído, que subiu 4,58%. Já o setor de Saúde e cuidados pessoais registrou um aumento de 0,49%, devido ao reajuste nos planos de saúde.
Nos alimentos, tanto a alimentação em casa (0,95%) quanto fora de casa (0,66%) sofreram elevações. Produtos essenciais como o leite longa vida (2,00%) também tiveram aumentos, impactando diretamente o orçamento familiar.
Queda nos transportes aliviou a prévia da inflação do Brasil
O único setor que apresentou queda em outubro foi o de Transportes, com uma redução de 0,33%. A queda foi puxada pela redução nos preços das passagens aéreas (-11,40%) e pela diminuição nos combustíveis, com destaque para o gás veicular (-0,71%). No entanto, a gasolina manteve-se estável no mês.
Prévia da inflação: resumo da variação por setores
Dos nove grupos de produtos e serviços desenvolvidos pelo IBGE, oito ficaram em alta em outubro. A seguir, estão os principais destaques:
- Alimentação e bebidas : +0,87%
- Habitação : +1,72%
- Artigos de residência : +0,41%
- Vestuário : +0,43%
- Transportes : -0,33%
- Saúde e cuidados pessoais : +0,49%
Expectativas para a inflação acumulada
Com o aumento de 0,54% em outubro, a prévia da inflação do Brasil acumula uma alta de 3,71% no ano e 4,47% nos últimos 12 meses, superando a projeção do mercado financeiro de 4,43 %. A alta nos preços da energia elétrica, que já vem afetando o índice dos meses anteriores, continua sendo um dos fatores mais preocupantes para o controle da inflação.
A tendência de alta nos preços de produtos essenciais, como alimentos e energia, mantém o desafio para as famílias e para a política monetária, que busca controlar a inflação no país. Contudo, a expectativa é que as condições climáticas e os reajustes tarifários continuem influenciando o comportamento dos preços nos próximos meses.