A Volkswagen planeja cortes profundos em suas operações na Alemanha, incluindo o fechamento de três fábricas e a demissão de milhares de funcionários. O anúncio, feito pela chefe do conselho de trabalhadores da montadora, Daniela Cavallo, nesta segunda-feira (28), é para reduzir custos. À medida que busca enfrentar a queda da demanda na Europa e na China, além de manter a empresa competitiva em um setor cada vez mais desafiador.
Volkswagen: impacto dos cortes e as demissões de trabalhadores
Durante uma reunião com centenas de funcionários na fábrica de Wolfsburg, a maior unidade da Volkswagen, Daniela Cavallo reforçou a seriedade dos planos da empresa. “A gestão está levando tudo isso absolutamente a sério”, afirmou.
Ela explicou que a restrição inclui o fechamento de fábricas e a redução do excesso de unidades na Alemanha. No entanto, não especificou quais fábricas a empresa pretende afetar ou quantos dos 300 mil funcionários do Grupo Volkswagen no país planejam demitir.
Pressão sobre o governo alemão e desafios econômicos
Com as ameaças de fechamento, a Volkswagen aumenta a pressão sobre o governo alemão para adotar medidas que estimulem a economia, atualmente em queda. A coalizão do chanceler Olaf Scholz enfrentou dificuldades para criar estímulos ao crescimento em um cenário de previsão econômica negativa. Daniela Cavallo fez um apelo direto ao governo, pedindo um plano urgente para proteger a indústria alemã e evitar o que chamou de “declínio da indústria nacional”.
Em resposta, um porta-voz do governo afirmou que a situação da Volkswagen é monitorada de perto. Ele também destacou que os diálogos com a empresa e os representantes dos trabalhadores já estão em andamento. O porta-voz enfatizou que “decisões erradas de gestão no passado não devem prejudicar os funcionários”. Segundo ele, o foco é proteger os empregos.
Os cortes e a reestruturação da Volkswagen
A tensão entre o conselho de trabalhadores e a administração da Volkswagen reflete os desafios da indústria automobilística europeia. Daniela Cavallo destacou que há consenso sobre os problemas do setor, como a transição para veículos elétricos e a concorrência das montadas chinesas. Porém, há divergências em relação às soluções. Esses desafios são vivenciados também por outras grandes montadas.
Na semana passada, a Mercedes-Benz anunciou cortes de custos devido à queda nos lucros. A Porsche, controlada pela Volkswagen, também confirmou a redução de suas entregas na China e bilhões de euros em cortes planejados.
A Volkswagen, líder no mercado europeu, enfrenta um conflito que pode redefinir o futuro da indústria automotiva no continente. Este cenário impacta também a posição da Alemanha como potência industrial global.
Informações da Reuters
