A restauração da Caatinga, o único bioma totalmente brasileiro, representa uma grande oportunidade de crescimento para a economia e preservação ambiental no Nordeste. Dados do Instituto Escolhas mostram que, ao restaurar 1 milhão de hectares dessa região, é possível gerar uma receita líquida de R$ 29,7 bilhões e combater problemas sérios, como a desertificação.
Como a restauração da Caatinga ajuda a economia e o meio ambiente
O Instituto Escolhas indica que restaurar áreas de preservação e reservas legais na Caatinga pode mais que dobrar o investimento inicial. O valor investido de R$ 15 bilhões geraria R$ 29,7 bilhões em retorno. Além do impacto econômico, essa recuperação ajudaria a melhorar a qualidade do solo e frear a desertificação, um desafio constante no Nordeste.
Para apoiar essa causa, a ex-senadora Janaína Farias (PT/CE) apresentou o Projeto de Lei 1990/2024, que sugere uma Política Nacional para Recuperação da Vegetação da Caatinga. Esse projeto está em análise no Senado e propõe envolver a comunidade local nos trabalhos de recuperação, por meio de Frentes de Trabalho de Recuperação da Vegetação da Caatinga. A ideia é que esses projetos integrem a economia local, dando uma nova vida ao bioma e à região.
Empregos e redução de emissões de carbono
Além dos ganhos econômicos, a restauração da Caatinga pode criar até 465,8 mil empregos na região, com muitos postos de trabalho sendo gerados para as comunidades locais. Outro benefício importante é a possibilidade de remover 702 milhões de toneladas de carbono da atmosfera, contribuindo para o combate às mudanças climáticas.
De acordo com Janaina Farias, a restauração das áreas degradadas poderia facilitar a produção de frutas e verduras. Esses alimentos seriam cultivados de forma sustentável, contribuindo para a segurança alimentar e impulsionando a renda da comunidade local.
Preservação de recursos naturais na restauração da Caatinga
A restauração da Caatinga não traz só benefícios econômicos e climáticos, mas também ajuda a preservar as fontes de água da região. Com o desmatamento e a seca crescente, os recursos hídricos estão cada vez mais ameaçados. Sergio Leitão, diretor do Instituto Escolhas, explica que restaurar a Caatinga pode transformar a região em um exemplo de sustentabilidade e resistência às mudanças climáticas, além de proteger a agricultura local.
A restauração da Caatinga é uma grande chance de unir crescimento econômico e conservação ambiental, garantindo um futuro mais promissor e sustentável para o Nordeste brasileiro.
O projeto, que tramita no Senado Federal, está atualmente na Comissão de Meio Ambiente sob a relatoria da senadora Teresa Leitão (PT-PE).