O Grupo Casas Bahia (BHIA3) divulgou o balanço financeiro do terceiro trimestre de 2024, na noite da última quarta-feira (13). A empresa teve um prejuízo líquido de R$ 369 milhões, uma queda de 55,9% em relação ao prejuízo de R$ 836 milhões no mesmo período de 2023. Segundo a companhia, essa redução mostra a retomada gradual das lojas físicas e uma leve melhoria na rentabilidade.
Balanço financeiro da Casas Bahia: o desempenho foi acima das projeções
Apesar do cenário econômico desafiador, a queda no prejuízo superou a projeção da LSEG, que estimou um prejuízo de R$ 373,6 milhões para o período. Além disso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 491 milhões, revertendo o resultado negativo de R$ 66 milhões registrado no 3T23. Esse valor também superou a projeção de Ebitda de R$ 456 milhões.
Aumento da margem Ebitda indica recuperação
A margem Ebitda ajustada atingiu 7,7%, um crescimento de 8,7 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre de 2023, com leve melhoria em relação ao trimestre anterior. A companhia destaca que essa alta marca o início de uma trajetória de recuperação da margem, a mais elevada dos últimos 18 meses, com expectativa de expansão contínua nos próximos trimestres.
Receita, plano de transformação e foco em rentabilidade
Segundo o balanço financeiro, a receita líquida da Casas Bahia apresentou redução de 2,9%, totalizando R$ 6,4 bilhões entre julho e setembro de 2024. A empresa aponta que esse resultado reflete ajustes feitos pelo Plano de Transformação, que prioriza rentabilidade e sustentabilidade operacional. O plano busca realocar capital para as categorias mais rentáveis.
Crescimento em serviços e soluções financeiras
Apesar da redução na receita geral, a receita de serviços aumentou 28% em comparação ao ano anterior, enquanto as soluções financeiras cresceram 38%. O crediário, importante nas operações da Casas Bahia, cresceu R$ 150 milhões em relação ao trimestre anterior.
Balanço do Grupo Casas Bahia – estratégias de venda e rentabilidade nas lojas físicas
A margem bruta da companhia subiu para 31,6% no 3T24. O crescimento de 4,6% nas vendas das lojas físicas das Casas Bahia, incluindo um aumento de 6,5% nas mesmas lojas, impulsionou o desempenho no balanço. Esse índice inclui apenas lojas abertas há mais de um ano, garantindo uma comparação mais precisa.
Desempenho do canal digital
Embora as lojas físicas tenham apresentado crescimento, as vendas digitais próprias recuaram 2,8%. Essa queda reflete uma revisão nas estratégias de otimização dos canais de venda. O diretor financeiro do grupo, Elcio Ito, reforça que o foco atual é a rentabilidade e a priorização das principais categorias.
Expansão do crediário e controle de perdas, segundo o balanço das Casas Bahia
No setor de soluções financeiras, a carteira ativa de crediário subiu 7,4% em comparação ao ano anterior, atingindo R$ 5,7 bilhões no 3T24. O índice de perdas sobre a carteira ativa foi de 4,8%, mantendo-se dentro da média histórica da companhia, o que demonstra um controle de crédito ajustado às expectativas.
Ao focar em uma operação sustentável nas lojas físicas e expandir suas soluções financeiras, a Casas Bahia sinaliza avanços em um cenário de recuperação, com expectativas de melhoria gradual nos resultados financeiros.
