A economia da zona do euro enfrenta um cenário desafiador, marcado por uma recuperação tímida, altos custos de energia e uma demanda global enfraquecida. Segundo o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, o bloco deve se preparar para potenciais riscos relacionados a guerras comerciais e políticas protecionistas.
Desafios comerciais e o risco de retaliações
A dependência da zona do euro de um comércio global estável é evidente. Um exemplo claro disso é o impacto de políticas protecionistas, como as tarifas impostas por grandes economias, que podem desencadear um ciclo de retaliações. “Uma guerra comercial, com tarifas e barreiras crescentes, seria o pior cenário possível, agravando a inflação e desacelerando ainda mais o crescimento econômico”, alertou De Guindos durante uma conferência em Londres.
A preocupação não é infundada. O retorno de políticas mais protecionistas por parte dos Estados Unidos, caso Donald Trump reassuma a presidência, traz incertezas. Promessas de tarifas elevadas contra parceiros comerciais europeus poderiam reduzir ainda mais a competitividade das indústrias da região, já afetadas por altos custos de energia e uma crise industrial.
Crescimento tímido apesar de sinais positivos para a economia da zona do euro
Embora os dados do terceiro trimestre tenham trazido uma leve recuperação, impulsionada por eventos pontuais, como os Jogos Olímpicos em Paris, a perspectiva geral segue desafiadora. Os altos custos de energia e a fraca demanda da China são fatores que continuam restringindo o crescimento do bloco.
Além disso, o BCE mantém taxas de juros elevadas, o que, apesar de contribuir para a desinflação, limita o potencial de expansão econômica. O banco central destaca que as futuras decisões dependerão dos próximos indicadores econômicos.
Perspectivas econômicas
A zona do euro enfrenta o desafio de equilibrar medidas de política monetária e fiscal enquanto navega por águas turbulentas no cenário global. A desaceleração industrial e o impacto das tarifas comerciais são problemas interligados que podem perpetuar um ciclo de estagnação econômica.
Para evitar uma recessão prolongada, o bloco precisará adotar estratégias que priorizem a cooperação internacional e a inovação interna. O fortalecimento das cadeias de produção regionais e o investimento em energia limpa e acessível podem ser alternativas para reduzir a dependência externa e estimular o crescimento.