Uma pesquisa da Quaest, divulgada nesta quarta-feira (4), revelou que 90% dos agentes do mercado financeiro avaliam o governo Lula (PT) de forma negativa. O índice aumentou 26 pontos percentuais desde o levantamento de março e é equivalente ao maior já registrado desde 2023.
Governo Lula tem uma alta reprovação no mercado financeiro
A pesquisa reuniu 105 investidores, economistas e analistas financeiros entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro. Apenas 3% dos entrevistados classificaram o governo como positivo, enquanto 7% o consideraram regular. Em março, esses números eram de 6% e 30%, respectivamente.
Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, o aumento na reprovação reforça a posição negativa do mercado ao pacote de corte de gastos divulgado na última semana. Entre os entrevistados, 86% acreditam que o presidente Lula está mais preocupado com sua popularidade do que com o equilíbrio fiscal.
Avaliação do Congresso Nacional também piora
O desempenho do Congresso Nacional também foi avaliado. Para 41% dos entrevistados, ele é negativo, um aumento em relação aos 17% registrados em novembro de 2023. Outros 38% classificaram como regular, e apenas 21% avaliaram positivo — menos da metade do índice anterior, de 41%.
Uma explicação possível para essa percepção, segundo Felipe Nunes, é a expectativa de que o Congresso aprove a isenção de imposto de renda para faturamento de até R$ 5 mil, mas barre a tributação sobre rendas acima de R$ 50 mil por mês. Isso contribuiu para a visão de que o Legislativo não atua mais como o “ator fiscalista” do país.
Queda na popularidade de Fernando Haddad
O trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi avaliado. A aprovação caiu para 41%, nove pontos abaixo dos 50% registrados em março. Já a desaprovação dobrou, subindo de 12% para 24%. Outros 35% compartilham seu desempenho regular.
A pesquisa aponta ainda que 61% dos entrevistados acreditam que Fernando Haddad perdeu força desde o início do mandato. Apenas 4% enxergam mais forte.
Pacote fiscal do Governo Lula
O pacote fiscal foi bastante criticado pelos agentes do mercado. Segundo a pesquisa Quaest, 58% consideraram “nada satisfatório”, e 42%, “pouco satisfatório”. Após o anúncio, 67% afirmaram que irão aumentar os investimentos no exterior, enquanto 30% pretendem manter o mesmo nível, e 3% pretendem reduzir.
