Antônio Luiz Seabra, fundador da Natura, deu início a um importante passo em sua trajetória empresarial: a redistribuição de suas ações na companhia para esposas e filhos. A decisão faz parte de um planejamento sucessório, mas preserva seu controle político e econômico vitalício. Com a reorganização, ele reduz sua participação acionária de 14,36% para 4,79%.
A esposa, Lúcia Helena Seabra, passou a deter 4,78% das ações. Os quatro filhos do casal – Adriana, Luis Henrique, Luis Fernando e Estela – ficam com 1,2% cada. Apesar da redução direta, Luiz Seabra mantém o usufruto vitalício de suas ações, garantindo a última palavra em decisões estratégicas da Natura.
A família agora detém, em conjunto, uma fatia acionária avaliada em R$ 2,79 bilhões, consolidando-se como um dos pilares da governança da empresa, que hoje vale R$ 19,41 bilhões no mercado.
Sucessão sem mudanças administrativas para Luiz Seabra
Luiz Seabra deixou claro que não haverá alterações na estrutura administrativa ou no controle acionário da companhia. O movimento mostra um equilíbrio entre a continuidade do legado e a organização do patrimônio familiar, em sintonia com a trajetória de sucesso construída desde a fundação da Natura em 1969.
Natura e os desafios financeiros
Enquanto organiza sua sucessão, a Natura enfrenta um momento de desafios. No terceiro trimestre de 2024, a empresa reportou um prejuízo de R$ 6,69 bilhões, revertendo o lucro de R$ 7,02 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. Esse desempenho foi prejudicado principalmente pela recuperação judicial da Avon, que gerou um impacto não-caixa de R$ 6,99 bilhões.
Mesmo diante dessas dificuldades, a Natura segue como uma referência no mercado de cosméticos, com mais de 1,4 milhão de consultoras ativas em diferentes países. A empresa também se destaca por sua atuação sustentável e continua buscando soluções para recuperar sua estabilidade financeira.