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Brasil pode registrar maior fluxo cambial negativo desde 1998

Fluxo cambial negativo em 2024 se aproxima de recorde histórico. Economia, política e juros nos EUA são os principais fatores por trás da alta saída de recursos.
Imagem da fachada do Banco Central do Brasil para ilustrar uma matéria jornalística sobre o Boletim Focus e a inflação do Brasil e sobre o leilão do Banco Central do Brasil. Fluxo cambial
(Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Dezembro de 2024 está prestes a registrar um recorde no fluxo cambial negativo do Brasil. Até o dia 20, saíram do país US$ 18,4 bilhões, número que se aproxima do maior saldo negativo já registrado, em setembro de 1998, quando US$ 18,9 bilhões deixaram o país. A combinação de fatores econômicos e políticos é apontada como a principal causa desse movimento.

O peso da conta financeira

Grande parte do saldo negativo está ligada à conta financeira, que sozinha respondeu por US$ 18,2 bilhões da saída. Essa dinâmica mostra o aumento nos pagamentos de dividendos para o exterior, comum em um ano de forte desempenho empresarial. Além disso, a alta nos juros nos Estados Unidos reduz o interesse de investimentos no Brasil, contribuindo para a retirada de capitais.

Fluxo cambial: Fatores sazonais e políticos

A sazonalidade do período também é um fator relevante. Historicamente, o último trimestre costuma registrar maior saída de recursos, especialmente em função de pagamentos e ajustes financeiros de fim de ano. No entanto, a incerteza sobre o cenário político brasileiro intensifica o movimento. Empresários e investidores têm buscado proteger seus recursos diante de possíveis mudanças que possam impactar a economia até 2026.

Ações do Banco Central

Para reduzir a pressão no mercado cambial, o Banco Central intensificou suas intervenções em dezembro, com vendas de dólares no mercado à vista e leilões de linha. Até agora, foram injetados US$ 19,7 bilhões, mas, mesmo com essas medidas, a incerteza permanece alta.

Perspectivas para 2025

Especialistas acreditam que o saldo cambial poderá se manter pressionado no próximo ano. Contudo, a combinação de juros elevados e incertezas políticas pode continuar afastando investidores. Por outro lado, uma redução nas importações, causada pelo impacto das taxas de juros no setor industrial, pode oferecer algum alívio, embora limitado.

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