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Resultado primário de 2024 fecha em -0,4% do PIB, aponta análise

O resultado primário de 2024 teve uma leve melhora, com um déficit de -0,4% do PIB. No entanto, ainda é preciso fazer ajustes. Com um déficit de R$ 47,5 bilhões, Felipe Salto, da Warren Investimentos, destaca a dependência de receitas temporárias. O cenário fiscal para 2025 será difícil, exigindo novas receitas de mais de R$ 168 bilhões. Veja como essas mudanças impactam a saúde fiscal do país.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, em um escritório com fundo de plantas e janelas mostrando prédios urbanos.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos. (Foto: Divulgação)

O resultado primário de 2024 encerrou em -0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme dados coletados no sistema SIGA-Brasil do Senado Federal, que reproduz informações do SIAFI. A análise conduzida por Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, destaca que essa projeção inclui os gastos extraordinários com o Rio Grande do Sul.

Contexto Fiscal e Resultado Primário

Os dados revelam uma melhora importante em relação a 2023, quando o déficit primário alcançou 1,6% do PIB, desconsiderando precatórios extraordinários. Em 2024, o resultado primário registrado foi de R$ 47,5 bilhões, ligeiramente abaixo das projeções iniciais de -0,46% do PIB.

Sem os gastos extraordinários do Rio Grande do Sul, o resultado primário ajustado para verificação da meta fiscal seria de 0,22% do PIB. Esse valor se enquadra na banda inferior de -0,25%, permitindo considerar a meta zero tecnicamente cumprida. Entretanto, para avaliação da política fiscal e da dívida pública, o resultado primário sem abatimentos de -0,4% é mais relevante.

“Apesar da melhora importante, o resultado de -0,4% do PIB evidencia que o equilíbrio fiscal ainda exige ajustes estruturais mais profundos. A dependência de receitas temporárias é um fator de risco importante”, pontuou Felipe Salto.

Avaliação do Resultado Primário e Projeções Futuras

Os dados indicam que a contração fiscal em 2024 teve impacto positivo, reduzindo o déficit primário de forma relevante. Em termos efetivos, o resultado primário caiu de 2,4% do PIB em 2023 para 0,4% em 2024, destacando o papel das receitas nesse ajuste. Contudo, o equilíbrio da dívida em relação ao PIB ainda enfrenta desafios, devido à dependência de receitas não recorrentes.

Outro ponto crítico está na previsão orçamentária para 2025, que necessita de novas receitas superiores a R$ 168 bilhões para fechar as contas. A dinâmica fiscal do próximo ano deverá ser beneficiada pelo pacote fiscal anunciado, mas o cumprimento da meta anual será desafiador.

Felipe Salto acrescentou: “A dinâmica fiscal de 2025 será ainda mais complexa. O pacote fiscal anunciado é relevante, mas não elimina a necessidade de ajustes adicionais para garantir sustentabilidade a longo prazo.”

Tabela com dados fiscais de 2024 e 2023 comparando receitas, despesas e resultado primário do governo, destacando variações nominais e reais, incluindo receitas administradas pela Receita Federal, despesas previdenciárias e impacto de calamidades no Rio Grande do Sul.
Fonte: Warren Investimentos

Termos Relacionados ao Resultado Primário do Governo

  • Resultado Primário: Diferença entre as receitas e despesas do governo, excluindo os gastos com juros da dívida pública. É um indicador crucial para avaliar a saúde fiscal do país.
  • Superávit Primário: Quando o resultado primário é positivo, indicando que o governo arrecadou mais do que gastou, sem considerar os juros da dívida.
  • Déficit Primário: Quando o resultado primário é negativo, indicando que o governo gastou mais do que arrecadou, desconsiderando os juros da dívida.
  • Resultado Nominal: Inclui todas as receitas e despesas do governo, incluindo os pagamentos de juros da dívida pública, oferecendo uma visão completa da situação fiscal.
  • Meta Fiscal: Objetivos estabelecidos pelo governo para indicadores fiscais, como o resultado primário, visando manter a sustentabilidade das contas públicas.
  • Dívida Pública: Total das obrigações financeiras do governo, resultantes de empréstimos internos e externos.
  • Política Fiscal: Conjunto de medidas relacionadas à arrecadação de receitas e realização de despesas pelo governo, influenciando diretamente o resultado primário.
  • Contas Públicas: Registro das receitas e despesas do governo, refletindo a gestão fiscal e a saúde econômica do país.
  • Ajuste Fiscal: Medidas adotadas pelo governo para equilibrar as contas públicas, podendo incluir cortes de gastos ou aumento de receitas.
  • Orçamento Público: Planejamento anual das receitas e despesas do governo, fundamental para a gestão fiscal e alcance das metas estabelecidas.
  • Receitas Primárias: Ingressos do governo provenientes de impostos, contribuições e outras fontes, excluindo receitas financeiras.
  • Despesas Primárias: Gastos do governo com bens e serviços, excluindo despesas com juros da dívida pública.

Considerações Finais e Importância do Resultado

O economista Felipe Salto enfatiza que o resultado primário de 2024, embora positivo frente ao ano anterior, reflete a importância de ajustes estruturais para garantir sustentabilidade fiscal a longo prazo.

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