O varejo brasileiro em 2025 apresenta avanços relevantes, mas também enfrenta desafios importantes. Após um 2024 de crescimento, o setor agora precisa lidar com a alta do custo do crédito, a evolução do comércio eletrônico e os impactos das apostas online no consumo tradicional.
Pedro Brandão, especialista em finanças e CEO da CredÁgil, reforça a importância do setor: “O varejo brasileiro é um pilar essencial da economia, movimentando empregos, capital e inovação. Em 2025, o foco será na adaptação às novas realidades econômicas, com mais tecnologia, fidelização e estratégias para enfrentar a alta do crédito. O grande desafio é equilibrar crescimento e rentabilidade em um cenário de incertezas.”
O que impulsionou o varejo?
Datas comemorativas, como o Dia das Mães e o Natal, foram grandes impulsionadoras do varejo no último ano. Segundo a Visa Consulting & Analytics, as vendas de fim de ano cresceram 3,4% em relação a 2023. Supermercados, farmácias e lojas de eletrodomésticos lideraram o desempenho, destacando a recuperação do consumo.
Outro ponto de destaque foi o comércio eletrônico. O faturamento online cresceu 18,7% no primeiro semestre de 2024, com o setor de alimentos registrando aumento expressivo. Em 2025, o desafio para o varejo brasileiro será expandir as vendas online e integrar tecnologias para melhorar a experiência dos consumidores.
A Selic e as preocupações com o crédito
O aumento da taxa Selic é uma preocupação central para o varejo brasileiro em 2025. Com projeções de atingir 14,75% ao ano, o crédito se torna mais caro e menos acessível, o que reduz o poder de compra das famílias e dificulta a venda de produtos de maior valor, como móveis e eletrodomésticos.
“Quando o crédito fica mais caro, os consumidores compram menos, e o varejista precisa inovar para continuar competitivo”, explica Glauco Soares Filho, da RPE – Retail Payment Ecosystem. Entre as estratégias destacam-se o uso de cartões próprios, programas de fidelidade e o aumento das transações via Pix, que crescem cada vez mais no varejo brasileiro.
Tendências para o varejo brasileiro em 2025
O uso de tecnologia será um dos pilares do varejo brasileiro em 2025. Ferramentas como programas de cashback, CRM e cartões Private Label são cada vez mais importantes para fidelizar clientes e aumentar o volume de compras. Segundo uma pesquisa da Fiserv, 62% dos brasileiros possuem ao menos um cartão de loja, sendo esse uso ainda mais significativo entre consumidores das classes D e E.
Além disso, o comércio eletrônico deve continuar em alta, integrando serviços financeiros personalizados para facilitar o acesso ao crédito. Essa tendência permite que os varejistas ofereçam soluções mais ajustadas às necessidades dos consumidores, aumentando as vendas.
O impacto das apostas online
Um dos maiores desafios do varejo brasileiro em 2025 será lidar com o impacto das apostas online. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o setor perdeu R$ 103 bilhões em 2024 devido ao crescimento desse mercado. As apostas online atraíram 1,8 milhão de brasileiros para a inadimplência, afetando principalmente as classes C e D.
A CNC sugere medidas regulatórias, como limites para apostas e campanhas educativas sobre os riscos do vício. Além disso, defende a criação de cassinos físicos para estimular a economia e gerar empregos, ajudando o varejo brasileiro a mitigar essas perdas.
O futuro do varejo brasileiro em 2025
Para Pedro Albuquerque, da RPE, o principal desafio do varejo brasileiro em 2025 será reduzir custos e evitar dívidas atreladas às altas taxas de juros.
“Com planejamento, inovação tecnológica e estratégias de fidelização, o setor pode superar as dificuldades e continuar crescendo de forma sustentável”, afirmou Albuquerque.
Em 2024, o varejo brasileiro representou 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, mostrando sua importância para a economia. Em 2025, o setor seguirá como peça-chave para o desenvolvimento do país, equilibrando tecnologia e estratégias de fidelização para atender às demandas dos consumidores e enfrentar os desafios econômicos.