A Gafisa (GFSA3) viveu uma segunda-feira (27/01) turbulenta após a divulgação de um pedido de falência protocolado pela Linden RJ Empreendimentos Imobiliários Ltda na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. O pedido, registrado em 22 de janeiro de 2025, gerou grande instabilidade no mercado e impactou diretamente o desempenho das ações da companhia. O fato foi divulgado na coluna movimento falimentar do Valor Econômico.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a B3 solicitaram esclarecimentos sobre o caso, incluindo informações sobre os valores envolvidos e as medidas que estão sendo tomadas. A Gafisa afirmou em comunicado que ainda não foi formalmente citada no processo e classificou o pedido como uma tentativa indevida de cobrança.
Histórico: problemas semelhantes em 2024
Essa não é a primeira vez que a Gafisa enfrenta um pedido de falência. Em novembro de 2024, também divulgado pelo Valor Econômico, Dalton Santos Maranha e Fábia Giulianna Christian Botelho Maranha protocolaram um pedido semelhante.
Na época, a companhia esclareceu que o caso estava relacionado a uma rescisão contratual de uma unidade imobiliária, cujo contrato de compra e venda havia sido firmado em maio de 2010. A Gafisa também informou que já vinha litigando com os autores e destacou que exerceria seu direito de defesa contra o que considerava um uso inadequado do processo de falência.
Impacto no mercado financeiro da solicitação de falência da Gafisa
Mesmo com números positivos no quarto trimestre de 2024 (4T24), como o aumento de 129,8% nas vendas líquidas, que chegaram a R$ 269,6 milhões, o mercado reagiu de forma cautelosa à nova notícia.
No pregão de hoje, as ações da Gafisa começaram o dia em alta, alcançando R$ 1,53 às 10h45, uma valorização de 15%. No entanto, ao longo do dia, os papéis perderam força e encerraram o pregão cotados a R$ 1,41, marcando uma queda de 7,8% em relação ao pico da sessão.
Comunicado sobre o pedido de falência da Gafisa
Para acalmar o mercado, a Gafisa, controlada pelo empresário Nelson Tanure, emitiu um comunicado afirmando que já estava negociando uma solução extrajudicial com o autor do pedido de falência. Segundo a empresa, o fornecedor está relacionado a um empreendimento em fase pré-operacional.
“A companhia confia na solução negocial de maneira extrajudicial, entretanto esclarece que, caso seja necessário, oportunamente exercerá seu legítimo direito de defesa, especialmente no sentido de insurgir-se contra o incabível pedido de falência como manobra de substituição do processo de cobrança”, disse a Gafisa no comunicado divulgado.
A Gafisa também destacou que o pedido ainda não foi analisado pelo Judiciário e que confia em uma resolução rápida e eficiente.
Próximos passos
O novo pedido de falência representa mais um desafio para a Gafisa, que, apesar dos bons resultados operacionais, precisa lidar com a desconfiança do mercado.
A resolução desse caso será importante para determinar os próximos movimentos da companhia e sua capacidade de manter a confiança dos investidores.
