A Dívida Pública Federal (DPF) encerrou janeiro em R$ 7,253 trilhões, marcando uma queda de 0,87% em relação ao mês anterior, quando atingiu R$ 7,316 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Tesouro Nacional, no Relatório Mensal da Dívida.
O valor ficou abaixo das projeções do Plano Anual de Financiamento (PAF), que estimava um patamar entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões para 2025. Essa redução foi influenciada por resgates superiores às emissões no período.
O que motivou a redução da dívida pública federal?
A Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi), composta por títulos emitidos no mercado doméstico, apresentou leve queda de 0,23%, totalizando R$ 6,951 trilhões. Já a Dívida Federal Externa, que abrange papéis emitidos em moeda estrangeira, recuou 3,57%, encerrando janeiro em R$ 301,81 bilhões.
O saldo negativo é reflexo de um resgate líquido de R$ 109,76 bilhões, resultado da diferença entre R$ 145,51 bilhões em emissões e R$ 255,28 bilhões em resgates. Desse montante, R$ 79,97 bilhões correspondem a resgates da dívida interna e R$ 29,79 bilhões à dívida externa.
Composição da dívida pública federal: o que mudou?
Os papéis que acompanham a taxa Selic, conhecidos como pós-fixados, tiveram aumento na participação, passando de 46,29% para 47,98% do total. A estimativa do PAF para 2025 prevê que essa fatia varie entre 48% e 52%.
Os títulos prefixados reduziram sua participação, passando de 21,99% para 20,15%, enquanto os títulos atrelados a índices de preços cresceram de 26,96% para 27,72%. Já os papéis indexados ao câmbio caíram de 4,76% para 4,15%.
O prazo médio da dívida teve um pequeno avanço, subindo de 4,05 anos para 4,11 anos. Já a métrica internacional de comparação, conhecida como “Average Term to Maturity”, mostrou que a vida média da dívida passou de 5,43 anos para 5,52 anos.
Quem financia a dívida pública federal?
A participação de investidores estrangeiros na dívida interna recuou de 10,20% para 9,94%, somando R$ 691,15 bilhões. Enquanto isso, os fundos de investimento ampliaram sua fatia de 21,68% para 22,08%.
As instituições de previdência aumentaram sua participação, passando de 23,93% para 24,38%, enquanto as instituições financeiras reduziram levemente sua fatia, de 29,49% para 29,10%.
O custo médio da dívida pública federal em 12 meses recuou de 11,80% ao ano para 11,40%, enquanto o custo da dívida interna permaneceu estável em 10,88% ao ano. No caso das emissões, a taxa média subiu de 11,04% para 11,36%.
Entre os principais papéis, as Letras do Tesouro Nacional (LTN) tiveram custo médio de 11,90%, enquanto as Notas do Tesouro Nacional Série F (NTN-F) fecharam janeiro a 12,41%.
Vídeo do canal Nexo Jornal no YouTube.
Reserva de liquidez mantém segurança fiscal
O colchão de liquidez, reserva utilizada para cobrir vencimentos da dívida pública, encerrou janeiro em R$ 743,92 bilhões, abaixo dos R$ 860,15 bilhões registrados em dezembro. Essa reserva agora é suficiente para cobrir 6,72 meses de vencimentos futuros, enquanto no mês anterior o prazo era de 6,24 meses.
O cenário indica um início de ano com maior previsibilidade para a gestão da dívida pública, mas o governo federal ainda enfrenta o desafio de equilibrar as contas e reduzir o custo da dívida ao longo de 2025.