A Suprema Corte dos EUA decidiu contra a ordem do presidente Donald Trump para bloquear US$ 2 bilhões em ajuda internacional. Com isso, o governo deve liberar imediatamente os recursos destinados a agências e organizações globais.
Suprema Corte dos EUA emite decisão contrária ao governo
Em uma votação apertada de 5 a 4, a Suprema Corte dos EUA manteve a decisão do juiz Amir Ali, do distrito de Washington, que determinava a liberação dos fundos. O presidente da Corte, John Roberts, e a juíza Amy Coney Barrett se uniram aos três magistrados liberais para rejeitar o pedido da administração Trump. Já os juízes Samuel Alito, Clarence Thomas, Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh votaram a favor da medida do presidente.
A ordem judicial exigia que os valores fossem liberados até 26 de fevereiro. O governo, no entanto, manteve os pagamentos congelados, o que gerou disputas legais. Estima-se que o desembolso integral possa levar semanas.
Impactos do bloqueio de Trump
Logo ao reassumir a presidência, em 20 de janeiro, Trump ordenou a suspensão da ajuda internacional por 90 dias. Essa medida afetou a distribuição de alimentos e remédios em diversas regiões, além de comprometer ações humanitárias financiadas pelos EUA.
Em fevereiro, o governo também promoveu demissões em massa na USAID, a principal agência humanitária do país. Apenas 6% da equipe permaneceu, enquanto os demais funcionários foram dispensados rapidamente, tendo apenas 15 minutos para deixar seus postos.
Organizações alertam sobre consequências na Suprema Cortes dos EUA
Diversos grupos humanitários argumentaram na Suprema Corte dos EUA que o bloqueio dos fundos poderia causar danos irreparáveis. Advogados dessas organizações destacaram que os recursos financiam projetos essenciais, salvando vidas em várias partes do mundo.
O juiz Amir Ali, indicado pelo ex-presidente Joe Biden, reforçou essa preocupação ao impor uma ordem restritiva para evitar prejuízos enquanto avalia as alegações apresentadas no processo.
Reformulação do governo Trump
Trump, com o apoio do empresário Elon Musk, tem promovido cortes e reformulações no governo federal. Entre as ações adotadas, estão o fechamento de agências, demissões em larga escala e afastamento de autoridades.
Além do bloqueio da ajuda externa, a administração enviou avisos de rescisão de financiamento a diversas organizações humanitárias. Especialistas alertam que essas medidas colocam em risco milhões de pessoas em situação vulnerável, incluindo aquelas que vivem em zonas de conflito ou dependem de tratamentos médicos urgentes.