O índice de confiança do consumidor caiu para 99 pontos em fevereiro, registrando seu pior nível desde junho de 2024. O levantamento, realizado pela PiniOn para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mostra uma queda de 2,9% em relação a janeiro, quando o indicador havia atingido 102 pontos. O resultado reflete um cenário de maior pessimismo entre os consumidores.
Queda generalizada na confiança do consumidor
A pesquisa revelou que a confiança do consumidor caiu em todas as regiões do país. O impacto foi mais forte no Centro-Oeste e Norte, onde a percepção sobre a economia se deteriorou ainda mais. Além disso, todas as classes socioeconômicas sentiram a piora no índice, com destaque para a classe C, que demonstrou maior insegurança sobre sua situação financeira.
Os consumidores relataram dificuldades em suas finanças pessoais e demonstraram menor otimismo com o futuro. A redução na confiança também está associada à preocupação com o mercado de trabalho, já que muitas famílias enxergam riscos maiores de desemprego e perda de renda nos próximos meses.
Impactos no comportamento do consumidor
Com a piora no índice de confiança do consumidor, a intenção de compra de itens de alto valor diminuiu. O estudo aponta uma queda significativa na disposição para adquirir veículos, imóveis e bens duráveis, como eletrodomésticos. Esse comportamento sugere um maior receio dos consumidores em assumir compromissos financeiros de longo prazo.
A insegurança econômica também levou a uma maior cautela no planejamento financeiro das famílias. Muitos brasileiros passaram a priorizar o pagamento de dívidas e a redução de despesas, o que pode impactar negativamente o comércio e o setor de serviços nos próximos meses.
O que influencia a queda de confiança do consumidor?
De acordo com especialistas, diversos fatores explicam a redução na confiança do consumidor. Entre eles, a incerteza econômica, a inflação elevada e a alta dos juros continuam afetando o poder de compra da população. Além disso, a falta de perspectivas de melhora no mercado de trabalho contribui para a sensação de instabilidade financeira.
A percepção negativa da economia também influencia a forma como as famílias enxergam o futuro. Quando a confiança do consumidor diminui, o comportamento de consumo muda, refletindo a preocupação com gastos e o receio de contrair novas dívidas.
Perspectivas para os próximos meses
Analistas acreditam que a recuperação da confiança do consumidor dependerá de sinais concretos de melhora na economia. Caso haja uma queda na inflação e uma redução das taxas de juros, o cenário pode se tornar mais favorável ao consumo. No entanto, se as condições econômicas continuarem desafiadoras, a tendência é que os consumidores sigam cautelosos.
As empresas e o comércio devem acompanhar de perto os desdobramentos da economia para ajustar suas estratégias. A recuperação do índice dependerá, principalmente, de fatores como a estabilidade no mercado de trabalho e a melhoria do poder de compra da população.