O preço da energia elétrica no Brasil registraram uma disparada expressiva em março, mais do que triplicando em relação ao mês anterior. O aumento do valor reflete a piora das chuvas na reta final do período úmido. Além das mudanças na metodologia de precificação do setor, que agora incorporam um modelo mais avesso a riscos extremos, como secas severas.
Alta do PLD e impacto no mercado
O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), referência para transações de curto prazo no mercado de eletricidade, saltou de aproximadamente R$90/MWh em fevereiro. Em março foi para mais de R$300/MWh, atingindo uma média de R$350/MWh nesta semana. Essa valorização do preço da energia elétrica representa a introdução de novos parâmetros pelo governo. Esses, buscam precificar melhor os custos de armazenamento da água nas hidrelétricas, principais fontes da matriz elétrica nacional.
A alteração mais significativa foi no critério de aversão a risco do modelo de cálculo do PLD. Antes, o sistema reagia às crises apenas quando os níveis dos reservatórios já estavam críticos. Agora, o modelo antecipa cenários de escassez hídrica e aciona termelétricas preventivamente, encarecendo o preço da energia elétrica para consumidores e empresas.
Entenda como é a precificação da conta de luz:
O preço da energia elétrica: efeitos sobre consumidores e inflação
O aumento do preço da energia elétrica impactou diretamente a inflação do país. Segundo o IBGE, as tarifas residenciais subiram 16,8% em fevereiro, pressionando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O índice registrou um aumento de 1,31% no mês, o maior para fevereiro desde 2003.
O reajuste da tarifa de energia ocorre após o término do Bônus Itaipu. Esse, era um desconto temporário aplicado nas contas de luz em janeiro, que beneficiou 78 milhões de consumidores. Com o fim do benefício e a nova dinâmica do preço da energia elétrica, há risco crescente de acionamento das bandeiras tarifárias amarela ou vermelha. Essa medida elevaria ainda mais os custos ao longo do ano.
Perspectivas para o setor após aumento no preço da energia elétrica
Especialistas do setor preveem que o preço da energia elétrica permaneça alto e volátil nos próximos meses. A dependência da matriz hidrelétrica torna o Brasil vulnerável a variações climáticas, e a nova metodologia do PLD reforça essa percepção de risco. Além disso, a inflação energética pode dificultar a trajetória de redução da taxa de juros pelo Banco Central, comprometendo o crescimento econômico.
Diante desse cenário, o mercado segue atento às condições climáticas. E também às decisões regulatórias que possam aliviar o preço da energia elétrica para consumidores e empresas.









