A construção civil na geração de empregos ganhou destaque no último mês de fevereiro, segundo dados do Novo Caged divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O setor foi responsável por 14% das novas vagas formais abertas no país nos dois primeiros meses do ano, contribuindo diretamente para a geração de emprego em fevereiro.
A geração de empregos na construção civil em fevereiro reforça a importância do setor para a retomada econômica. A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) destacou o desempenho como positivo, com 79.412 postos formais criados no bimestre. O setor mostra resiliência, desde que haja apoio contínuo por meio de políticas públicas para a construção civil.
“Apesar dos juros elevados, novamente o setor mostra sua força na geração de empregos. Seguimos otimistas de que, com a garantia de um funding setorial adequado, a construção continuará como protagonista do crescimento da economia brasileira”, destacou Luiz França, presidente da ABRAINC.
Dados do Caged mostram força da construção civil no emprego
O Brasil registrou 431.995 vagas com carteira assinada em fevereiro, o melhor desempenho mensal desde o início da nova metodologia do Caged, em 2020. Os dados do CAGED sobre construção civil em fevereiro mostram um saldo relevante de empregos.
Saldo de empregos por setor em fevereiro:
- Serviços: 254.812 vagas (variação de 1,10%)
- Indústria: 69.884 vagas (0,78%)
- Comércio: 46.587 vagas (0,44%)
- Construção: 40.871 vagas (1,41%)
- Agropecuária: 19.842 vagas (1,08%)
A geração de emprego em fevereiro foi impulsionada por setores que tradicionalmente lideram o mercado. A presença conjunta do setor de serviços e construção civil aponta para uma correlação que interessa investidores atentos ao comportamento da economia real.
Perfil dos contratados na construção civil e nos serviços
A construção civil na geração de empregos atendeu principalmente jovens e profissionais com ensino médio completo.
Distribuição por perfil:
- Mulheres: 229.163 vagas
- Homens: 202.832 vagas
- Faixa etária com maior saldo: 18 a 24 anos
- Escolaridade: 277.786 vagas com ensino médio completo
- Faixa salarial predominante: até 1,5 salários mínimos (312.790 vagas)
O salário médio de admissão foi de R$ 2.205,25. Houve uma variação negativa de R$ 79,41 em relação ao mês anterior, o que pode sinalizar mudanças no desempenho econômico da construção civil ou nos perfis das contratações.
Crescimento regional e impacto da construção civil na economia
O saldo de empregos formais na construção civil contribuiu de forma relevante para o resultado nacional. Os dados mostram que São Paulo liderou com 137.581 vagas, seguido por Minas Gerais (52.603) e Paraná (39.176). Estados como Alagoas e Acre registraram os menores saldos. Em termos proporcionais, Goiás, Tocantins e Mato Grosso do Sul tiveram o melhor desempenho.
Esse movimento reflete o crescimento do setor de construção civil, que se alinha a investimentos em infraestrutura e geração de empregos, essenciais para estimular o mercado.
Políticas públicas impulsionam empregos na construção civil
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho atribuiu os resultados à atuação do governo federal, que tem incentivado a produção nacional. Entre os focos estão a produção de equipamentos médicos, transição energética, combustíveis e inovação. Essas medidas geram impactos positivos tanto no emprego quanto no mercado imobiliário e emprego na construção.
Por outro lado, ele voltou a criticar a taxa Selic, que permanece elevada e afeta o crédito. Segundo o ministro, o Banco Central segue contratos herdados e adota uma condução gradual. Isso afeta diretamente o investimento e a taxa de desemprego na construção civil.
A expectativa agora gira em torno das tendências de emprego na construção civil, que dependem da continuidade dos incentivos, do fortalecimento da capacitação profissional na construção civil e do papel estratégico do setor na retomada econômica e construção civil.
Para que serve o CAGED
O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) é uma base mensal que reúne dados sobre contratações e demissões no mercado formal de trabalho. Criado pela Lei 4.923, de 1965, o sistema foi desenvolvido para monitorar admissões, desligamentos e transferências de trabalhadores com carteira assinada. Desde 1986, também serve de apoio à liberação do seguro-desemprego e, com o tempo, passou a auxiliar ações de qualificação profissional e reinserção no mercado.
O CAGED é hoje uma ferramenta essencial para políticas públicas voltadas ao emprego e à redução do desemprego no país.