Greve dos entregadores de App’s: entenda o contexto. A paralisação nacional dos entregadores de aplicativos, iniciada em 31 de março de 2025, ganhou força em diversas cidades do Brasil. O movimento, chamado de “Breque dos Apps”, reflete a insatisfação crescente da categoria com as condições de trabalho, a remuneração e a falta de benefícios. Com a adesão de entregadores em 59 cidades, incluindo 19 capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a greve trouxe impactos significativos para os serviços de entrega por aplicativos.
Greve entregadores de app’s: principais demandas dos entregadores
Os trabalhadores reivindicam mudanças nas plataformas para melhorar sua remuneração e condições de trabalho. Entre as principais exigências, estão:
- Aumento da taxa mínima por entrega: Os entregadores pedem que o valor inicial passe de R$ 6,50 para R$ 10, compensando os custos operacionais e garantindo um pagamento mais justo.
- Melhoria na remuneração por quilômetro rodado: Ademais, a categoria exige um reajuste da taxa de R$ 1,50 para R$ 2,50, justificando a alta no preço dos combustíveis e os custos de manutenção dos veículos.
- Revisão das entregas agrupadas: Atualmente, ao agrupar múltiplos pedidos, as plataformas pagam menos aos entregadores. Assim, a greve pede que cada entrega seja remunerada integralmente.
- Limitação do raio de entregas para ciclistas: Além disso, a proposta é estabelecer um limite de 3 km para entregadores que usam bicicleta, evitando desgastes excessivos e garantindo deslocamentos mais viáveis.
Impactos da greve no setor de delivery
A paralisação teve reflexos imediatos no funcionamento dos serviços de entrega por aplicativos. Muitos usuários relataram aumento no tempo de espera para receber pedidos, além de preços mais altos devido à redução da oferta de entregadores disponíveis. Restaurantes e comércios que dependem dos aplicativos para escoar suas vendas também registraram quedas no volume de pedidos.
As plataformas de delivery, como iFood, Uber Eats e 99 Entrega, ainda não divulgaram medidas concretas para atender às demandas da categoria. No entanto, a greve pressiona essas empresas a negociarem com os entregadores, diante do impacto direto no funcionamento dos serviços.
Entregadores de apps paralisam serviços no Brasil
Como parte da mobilização nacional, entregadores de aplicativos pararam suas atividades em diversas cidades.
Greve entregadores de app’s: resposta das empresas
Até o momento, as plataformas têm mantido uma postura cautelosa. Algumas alegam que já oferecem benefícios, como seguros contra acidentes e programas de pontos, enquanto outras afirmam que os entregadores possuem liberdade para definir sua jornada de trabalho. No entanto, os trabalhadores argumentam que essas medidas são insuficientes e não resolvem os principais problemas da categoria.
O iFood, principal aplicativo do setor no Brasil, afirmou que está monitorando a situação e reforçou que não há vínculo empregatício com os entregadores. O Uber Eats e a 99 Entrega ainda não se manifestaram oficialmente sobre a greve.
Contexto da greve e discussões sobre regulamentação
A mobilização ocorre em um momento de debate sobre a regulamentação do trabalho por aplicativos no Brasil. O Ministério do Trabalho e Emprego apresentou recentemente um projeto de lei que mantém os entregadores como autônomos, sem vínculo empregatício pela CLT, mas estabelece direitos como contribuição ao INSS e remuneração mínima proporcional ao salário mínimo.
A greve reforça a urgência de uma regulamentação que equilibre os interesses das empresas e dos trabalhadores. Com o crescimento do setor de delivery nos últimos anos, a categoria busca garantir condições mais justas para continuar prestando seus serviços sem comprometer sua qualidade de vida.
Por fim, a expectativa é que novas rodadas de negociação sejam abertas entre representantes dos entregadores e as plataformas, visando minimizar os impactos da paralisação e buscar um consenso sobre as reivindicações.