O dólar cai após tarifas de Trump nesta quinta-feira (3), refletindo a reação dos mercados ao novo pacote de tarifas anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Como resultado, a moeda norte-americana à vista registrava uma desvalorização de 0,89% às 9h14. Logo na abertura, a queda foi ainda maior, atingindo 1,31%.
Na B3, o contrato de dólar futuro com vencimento mais próximo apresentava uma redução de 1,2%, cotado a R$ 5,65. Enquanto isso, o Banco Central anunciou um leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento previsto para 2 de maio de 2025.
Dólar cai após tarifas de Trump e preocupa mercados
Os mercados globais também sentiram os efeitos das novas tarifas impostas pelos EUA. Por exemplo, na Ásia, o índice Nikkei 225, do Japão, encerrou com queda de 2,8%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, recuou menos de 1%. Da mesma forma, o Hang Seng, de Hong Kong, registrou baixa de 1,5%.
Na Europa, o índice Stoxx 600 operava em queda de 2% às 6h45 (horário de Brasília). Ademais, o CAC 40, da França, registrava baixa de 2,5%, enquanto o DAX, da Alemanha, caía mais de 2%. Por outro lado, o FTSE 100, de Londres, recuava 1,5% no mesmo horário.
Nos Estados Unidos, os futuros das ações indicavam um início de pregão negativo. O Dow Jones futuro caía 2,8%, o S&P 500 recuava 3,4%, e o Nasdaq, focado em tecnologia, projetava uma abertura com baixa de 3,8%.
Impacto da queda do dólar no Brasil
A queda do dólar comercial frente ao real acompanha a desvalorização global da moeda, provocada pelo receio de que as tarifas de Trump desencadeiem uma desaceleração econômica. No entanto, o Brasil foi um dos países menos impactados, recebendo tarifas mais brandas de 10% sobre suas exportações para os EUA.
Com o aumento dos custos de importação nos Estados Unidos, economistas avaliam que a inflação americana pode subir, reduzindo o consumo e afetando a atividade econômica. Esse fator eleva a preocupação com a balança comercial, pois tarifas de importação mais altas podem afetar o fluxo de mercadorias entre os países.
O mercado cambial também se movimenta com a volatilidade gerada pelo temor de uma guerra comercial, especialmente entre os EUA e a China. Os analistas apontam que a política protecionista americana pode desencadear reações de outras nações, agravando a situação econômica global.
Efeitos no mercado financeiro global
Investidores estrangeiros estão atentos à flutuação cambial, pois variações na taxa de câmbio afetam diretamente os ativos negociados. Além disso, o Federal Reserve (Fed) pode intervir com mudanças em sua política monetária para conter impactos no mercado financeiro.
O risco cambial cresce com a incerteza sobre a evolução da economia global, e a possibilidade de um déficit comercial nos EUA acende um alerta para investidores e governos. Além disso, a expectativa de novos acordos bilaterais entre potências econômicas pode influenciar o comportamento do dólar nos próximos meses.
Diante desse contexto, investidores devem acompanhar de perto os desdobramentos das políticas comerciais e seus impactos sobre o mercado de capitais.