A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira (4) que o fim dos combustíveis fósseis deve ser prioridade global. Durante o encontro dos ministros do Meio Ambiente do Brics, realizado em Brasília, ela defendeu ações conjuntas entre os países do bloco para acelerar a transição energética e cumprir metas climáticas até a COP30.
O Brasil lidera o Brics até dezembro de 2025. Nesse período, Marina Silva destacou que o grupo deve atuar com foco na sustentabilidade energética. Além disso, ela reforçou a urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A ministra insiste que o fim dos combustíveis fósseis precisa ser tratado com seriedade nas próximas negociações internacionais.
Plano global para reduzir os combustíveis fósseis
Durante seu discurso, Marina explicou que os combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, geram cerca de 75% das emissões de gases de efeito estufa. Por isso, os países precisam desenvolver um plano internacional que promova a descarbonização e incentive o uso de energia limpa. Esse plano, segundo a ministra, deve respeitar as particularidades de cada país e garantir uma transição justa.
“Precisamos caminhar para o fim dos combustíveis fósseis com responsabilidade e justiça climática. Não há mais tempo para adiar esse debate”, declarou Marina Silva.
Debate sobre Margem Equatorial e sustentabilidade
No Brasil, a transição energética também envolve a exploração de petróleo na Margem Equatorial. O Ministério de Minas e Energia defende essa exploração para evitar a redução da produção no pré-sal. No entanto, o Ibama alerta para riscos ambientais que podem comprometer ecossistemas sensíveis.
Diante desse cenário, Marina Silva reforça a necessidade de uma análise criteriosa e transparente para alcançar o fim dos combustíveis fósseis. Para ela, a sustentabilidade energética precisa orientar as decisões. Dessa forma, é possível equilibrar desenvolvimento e preservação ambiental sem comprometer recursos naturais no longo prazo.
Impactos da guerra tarifária e compromissos climáticos
A ministra também criticou a guerra tarifária iniciada pelos EUA. Segundo ela, medidas protecionistas dificultam o investimento verde e prejudicam a cooperação internacional. Como resultado, a economia de baixo carbono enfrenta obstáculos e o financiamento climático se torna mais limitado.
Além disso, Marina lembrou que a COP28 estabeleceu a necessidade de concluir a transição para energias renováveis até 2050. Embora o Acordo de Paris forneça uma base importante, os países ainda precisam definir mecanismos concretos para cumprir esses compromissos. Nesse sentido, o fim dos combustíveis fósseis representa um passo essencial para essa transformação.
Com a liderança no Brics e a organização da COP30, o Brasil assume um papel estratégico. Portanto, este momento exige diálogo, metas claras e ações concretas para acelerar a neutralidade de carbono e promover uma economia sustentável.