O Brasil está se preparando para enfrentar os desafios da economia global, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em recente entrevista, ele afirmou que os Estados Unidos “perderam o jogo da globalização” e agora buscam reescrever regras que eles próprios criaram. Em meio à crescente instabilidade, o país precisa se posicionar com firmeza no novo cenário macroeconômico.
A escalada da guerra comercial entre EUA e China — com novas tarifas e ameaças de retaliação — intensifica os riscos. Donald Trump sugeriu uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses, enquanto a China classificou a medida como “chantagem”. Esse embate tem gerado impactos diretos sobre os fluxos de investimento estrangeiro, os acordos diplomáticos e o mercado financeiro como um todo.
Veja mais detalhes das falas de Haddad sobre a globalização:
Globalização exige atenção redobrada e articulação diplomática
Haddad reforçou que o mundo vive um período de transição ecológica, transformações tecnológicas profundas e reorganização geopolítica. Essa nova configuração sugere um necessário redirecionamento produtivo — com cadeias de valor sendo redesenhadas para atender aos desafios ambientais, tecnológicos e sociais do século 21.
O impacto nas cadeias de suprimentos globais exige que países como o Brasil adotem uma postura estratégica, ampliando relações bilaterais e fortalecendo acordos multilaterais. Isso inclui parcerias com a União Europeia e outras nações emergentes. A crescente dependência de data centers globais e infraestrutura digital também foi citada como fator relevante nas decisões econômicas futuras.
O ministro alertou ainda para o risco fiscal que pode surgir com a instabilidade prolongada. Embora o Brasil esteja com as contas externas equilibradas, a taxa de juros nos EUA e os desdobramentos da política monetária do Federal Reserve afetam diretamente os fluxos financeiros globais.
Apesar da complexidade, o Brasil está em posição favorável. Com reservas cambiais sólidas, relações comerciais diversificadas e menor dependência dos EUA, o país pode se tornar um polo seguro para investidores atentos à nova ordem econômica mundial mesmo com a globalização.