A análise de um novo acordo com Banco Master foi suspensa pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após dois votos contrários no colegiado. O processo envolve o presidente do banco, Daniel Vorcaro, e outras partes investigadas por supostas fraudes no mercado de fundos.
Durante reunião nesta terça-feira (27), o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, e a diretora Marina Copola rejeitaram a proposta de compromisso apresentada pelos acusados. Segundo ata da reunião, os dois entenderam que não havia conveniência nem oportunidade para aceitar o acordo. O diretor João Accioly pediu vista do processo, o que interrompeu o julgamento antes da manifestação do relator Otto Lobo.
O que está por trás do acordo com Banco Master?
O caso, em análise desde 2021, envolve negociações suspeitas com cotas do fundo imobiliário Brazil Realty, realizadas em 2018 e no mercado secundário nos anos seguintes. Os investigados tentam fechar um acordo com Banco Master e outras partes envolvidas, incluindo a Viking Participações, a Entre Investimentos e o ex-diretor Antônio Carlos Freixo Júnior.
A proposta discutida agora é a mais recente de uma série de tentativas apresentadas ao regulador. Ainda não foram divulgados os detalhes financeiros do novo termo de compromisso.
Sem quórum completo, decisão segue indefinida
Esta é a quinta vez que o colegiado da CVM discute um possível acordo no caso do Banco Master. Em dezembro de 2024, o relator Otto Lobo já havia pedido vista diante de divergências sobre valores e condições. Desde então, as tratativas continuam sem consenso.
O Comitê de Termo de Compromisso (CTC), responsável por emitir parecer técnico sobre propostas desse tipo, havia recomendado a aceitação do acordo atual. Mesmo assim, os dois votos contrários prevaleceram, já que o colegiado opera atualmente com apenas quatro membros. Em caso de empate, a proposta é rejeitada automaticamente.
A ausência de um quinto integrante na diretoria dificulta decisões sensíveis, como essa. O ex-diretor Daniel Maeda, cujo mandato terminou em dezembro, já se declarava impedido de votar no processo devido à sua atuação anterior em uma área envolvida no caso. João Accioly pediu vista, e a CVM retomará a análise do acordo com Banco Master em reunião futura.