A crise financeira dos Correios ganhou contornos alarmantes neste primeiro trimestre de 2025. O prejuízo de R$ 1,7 bilhão representa o pior resultado desde 2017 e amplia o ciclo negativo da estatal, que já acumula onze trimestres consecutivos no vermelho. O rombo operacional começou com a perda de liquidez e agora atinge diretamente serviços, funcionários e parceiros comerciais.
Correios enfrentam rombo crescente e colapso de caixa
A situação que gerou a crise financeira dos Correios tem raízes profundas na gestão dos recursos. Em 2024, a empresa esgotou 92% do seu caixa, queimando R$ 2,9 bilhões. Em janeiro deste ano, restavam apenas R$ 126 milhões. Com isso, os Correios passaram a atrasar pagamentos a franqueados e transportadoras, além de bloquear atendimentos em redes de saúde credenciadas.
Pedro Brandão, especialista em finanças e CEO da CredÁgil, explica:
“A deterioração financeira dos Correios vai além do déficit trimestral. A estrutura atual é incompatível com as exigências do setor logístico moderno.”
Confira no vídeo mais dados sobre a situação financeira dos Correios:
Crise financeira dos Correios pressiona reestruturação interna
Em resposta à grave situação, os Correios anunciaram um pacote de corte de despesas. Entre as medidas: redução de 20% dos cargos comissionados, suspensão de férias, retorno presencial obrigatório e mudanças no plano de saúde. O foco declarado é reverter a crise financeira dos Correios com uma economia de até R$ 1,5 bilhão.
A estatal também pretende lançar um marketplace, revisar contratos e captar R$ 3,8 bilhões no banco do Brics. Estima-se um incremento de R$ 3,1 bilhões no lucro operacional até o fim do ano.
Futuro incerto dos Correios mesmo com plano de recuperação em curso
Apesar do plano, a crise financeira dos Correios segue sem sinais de reversão do rombo. Atrasos em repasses e paralisações logísticas continuam afetando a geração de receita.
O CEO do Economic News Brasil, Jackson Pereira Jr., avalia:
“O que vemos não é um plano de transformação, mas uma tentativa de sobrevivência emergencial. A estatal perdeu competitividade.”
A reestruturação dos Correios exigirá mais do que cortes. A continuidade das operações dependerá da capacidade de se adaptar ao ambiente digital, atrair novos contratos e restaurar a confiança de usuários e parceiros.