A Gol teve prejuízo líquido de R$ 440 milhões em abril, segundo relatório entregue ao tribunal norte-americano de falências. Apesar do resultado negativo, a empresa alcançou Ebitda de R$ 368 milhões, com margem de 22%.
Para Pedro Brandão, CEO da CredÁgil, “Os dados operacionais mostram capacidade de geração de caixa no curto prazo, mas isso não neutraliza o risco estrutural trazido pelo nível de endividamento.”
Prejuízo da Gol desafia recuperação com dívida bilionária
O maior desafio da aérea está em sua estrutura de capital. A dívida líquida alcançou R$ 30,9 bilhões em abril, enquanto o caixa totalizou R$ 2 bilhões.
“A atual alavancagem financeira limita a margem de manobra da companhia e exige medidas severas de controle de custos e renegociação com credores”, afirma Brandão.
No primeiro trimestre de 2025, o lucro líquido foi de R$ 1,376 bilhão, com queda de 63,7% em relação ao 1T24. Já o Ebitda trimestral foi de R$ 1,236 bilhão, indicando consistência da operação apesar do cenário financeiro adverso.
Ações sobem mesmo com novo resultado negativo da Gol
Mesmo que a Gol tenha mais prejuízo no consolidado recente, o mercado reagiu com otimismo após a aprovação do plano de recuperação judicial. As ações GOLL4 fecharam em alta de 13,08% na sexta-feira (30/05), após atingirem valorização de até 30% no dia.
Pedro Brandão avalia que “A valorização das ações reflete uma resposta pontual do mercado à aprovação do plano judicial, mas não altera, por si só, a fragilidade do balanço da companhia”.
Gol enfrenta dívida alta e precisa manter eficiência operacional
A Petrobras anunciou corte de 7,9% no preço do querosene de aviação (QAV), que deve ajudar a aliviar pressões sobre os custos variáveis da Gol.
Para Brandão, “A empresa depende de execução rigorosa do plano judicial para evitar deterioração adicional. O prejuízo reforça a urgência de medidas concretas e não há espaço para erros operacionais”.