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Grande empresa americana vai à Justiça contra alta na tarifa sobre sucos do Brasil

A recente alta na tarifa sobre sucos do Brasil está gerando reações nos EUA. A Johanna Foods Inc., uma das maiores distribuidoras da Costa Leste americana, processou a medida de Donald Trump, alegando que a tarifa de 50% é politicamente motivada e pode aumentar seus custos em até US$ 68 milhões. Exportadores brasileiros também sentem os impactos, com riscos de retaliações que podem afetar a exportação de frutas como manga e uva. O resultado desse caso pode redefinir as relações comerciais entre Brasil e EUA.
Alta na tarifa sobre sucos do Brasil
A decisão da Corte nas próximas semanas pode definir o futuro do suco de laranja. (Imagem: Ilustrativa)

A alta na tarifa sobre sucos do Brasil começa a gerar reações dentro dos Estados Unidos. A Johanna Foods Inc., uma das maiores distribuidoras da Costa Leste americana, entrou com ação na Corte de Comércio Internacional contra a medida imposta por Donald Trump. Segundo a companhia, a tarifa de 50% anunciada pelo ex-presidente é politicamente motivada e poderá elevar seus custos em até US$ 68 milhões ao longo de 12 meses, pressionando os preços ao consumidor em até 25%.

O processo cita diretamente a carta divulgada por Trump em 09/07, na qual ele questiona as eleições brasileiras e afirma que o Brasil está alinhado a Jair Bolsonaro. Para os advogados da empresa, isso não configura ameaça à segurança dos EUA nem justifica a aplicação da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional. Assim, defendem que a alta na tarifa sobre sucos do Brasil viola regras comerciais e pode colapsar uma cadeia de suprimento já fragilizada.

Exportadores de frutas brasileiros já sentem impactos da alta na tarifa sobre sucos do Brasil

Do outro lado da cadeia, o Brasil já enfrenta impactos que avançam além do suco. Em 2024, os Estados Unidos compraram US$ 148,4 milhões em frutas brasileiras, o que representou 12% de todas as exportações do país. Em termos de volume, isso significou mais de 1 milhão de toneladas, sendo 7% destinadas ao mercado americano. Além disso, apenas no segundo semestre, o Brasil embarcou 77 mil toneladas para os EUA. Agora, com a alta na tarifa sobre sucos do Brasil, especialistas do setor alertam para o risco de novas retaliações ou barreiras indiretas. Essas medidas, por sua vez, podem atingir produtos como manga, uva de mesa e frutas processadas.

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), 13% do valor e 14% do volume exportado de manga em 2024 tiveram como destino os EUA. A entidade também destaca que 23,5% das uvas de mesa foram para o mercado americano, totalizando US$ 41,5 milhões. Já as frutas processadas (exceto suco) somaram US$ 47,6 milhões — o equivalente a 32% do segmento. Com a colheita de manga prevista para os próximos dias, há risco de perdas severas se não houver reversão rápida da medida.

Justiça americana pode redefinir efeitos do imposto sobre sucos do Brasil

A judicialização do caso pode alterar o rumo da política comercial entre os países. A ação da Johanna Foods revela que a alta na tarifa sobre sucos do Brasil afeta não apenas exportadores brasileiros, mas também operadores logísticos e distribuidores nos EUA. Embora o governo americano alegue que a medida é legal, seus impactos já atingem toda a cadeia — dos produtores rurais no Nordeste aos consumidores no Texas.

Neste cenário, cresce a pressão de ambos os lados por uma solução equilibrada. A Abrafrutas reforça o pedido para que os alimentos sejam imediatamente retirados da lista de produtos tarifados. Nos EUA, outras empresas devem seguir o mesmo caminho da Johanna Foods, ampliando o debate jurídico. Com isso, a decisão da Corte nas próximas semanas pode definir o futuro do suco de laranja. Também pode influenciar o tom das relações comerciais Brasil–EUA nos próximos anos.

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