As tarifas impostas pelos Estados Unidos abriram espaço para uma guinada estratégica nas exportações brasileiras. Nesta quarta-feira (20/08), a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira apresentou ao governo federal uma proposta para redirecionar produtos do agro brasileiro a países árabes, com foco em café e carne bovina. A iniciativa busca reduzir a dependência do mercado americano e fortalecer a diversificação dos destinos.
Países árabes ampliam demanda por produtos do agro brasileiro
A estratégia prioriza mercados como Arábia Saudita, Egito e Argélia, que no último ano importaram US$ 905 milhões em café. Apenas 13,4% desse volume foi fornecido pelo Brasil, o que revela oportunidade significativa de crescimento.
Segundo a Câmara, o bloco árabe já movimenta cifras bilionárias. Em 2024, as compras brasileiras atingiram US$ 23,6 bilhões, mas ainda há espaço para avanço em pelo menos 13 produtos do agro brasileiro, com o café no topo da lista.
Café é prioridade para os países árabes
De acordo com Mohamad Mourad, secretário-geral da Câmara Árabe-Brasileira, os produtos do agro brasileiro possuem qualidade, preço competitivo e volume para ampliar presença. No entanto, ele ressalta que o avanço depende de maior proximidade diplomática:
“O árabe valoriza muito relacionamento. O vínculo já é positivo, mas pode ser ampliado”, afirmou.
Carne bovina também abre novas frentes
Além do café, a carne bovina congelada surge como produto estratégico. Em 2024, países como Egito, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita importaram US$ 2,26 bilhões em carne, sendo 43% de origem brasileira. A Câmara avalia que esse percentual pode crescer com novas negociações e reforço da diplomacia econômica.
O projeto amplia a relevância dos produtos do agro brasileiro nos países árabes. Para as empresas, isso significa reduzir riscos, abrir novos mercados e manter competitividade global em meio às disputas tarifárias internacionais.









