A inflação de outubro voltou a subir, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV) em relatório divulgado hoje (16/10). O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou alta de 0,45% na segunda quadrissemana (16/09 – 15/10), após avanço de 0,33% no período anterior. Em doze meses, o índice acumula 3,93%, sinalizando pressão moderada sobre os preços ao consumidor.
O IPC-S é um termômetro da inflação nas principais capitais brasileiras, calculado pela FGV. O índice mede a variação média dos preços de bens e serviços consumidos por famílias com renda entre 1 e 33 salários mínimos. Assim, o IPC-S antecipa tendências da inflação oficial, indicando se o custo de vida está subindo ou recuando antes da divulgação de índices mensais mais amplos, como o IPCA.
Inflação de outubro: quais grupos subiram e quais caíram?
O aumento foi impulsionado principalmente por Habitação, que manteve o maior peso no indicador pelo segundo mês consecutivo, mesmo com desaceleração de 1,62% para 1,04%. Além disso, a tarifa de eletricidade residencial subiu 3,45%, após salto de mais de 7% na leitura anterior, enquanto condomínios residenciais avançaram 1,57%. O grupo Educação, Leitura e Recreação também teve impacto expressivo na inflação de outubro, com alta de 1,07%, puxada por passagens aéreas, que aumentaram 6,73%.
Em contrapartida, quatro classes de despesa registraram desaceleração:
- Transportes: de 0,40% para 0,37%
- Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,05% para 0,03%
- Habitação: de 1,62% para 1,04%
- Educação, Leitura e Recreação: de 2,13% para 1,07%
Dessa forma, os maiores recuos individuais vieram de:
- Desodorante: de -7,36% para -8,13%
- Perfume: de -2,31% para -1,98%
- Cebola: de -9,69% para -10,06%
- Arroz: de -1,91% para -2,50%
- Batata-inglesa: de -7,69% para -6,56%
Por outro lado, quatro grupos aceleraram:
- Despesas Diversas: de -0,13% para 0,16%
- Alimentação: de -0,05% para 0,04%
- Vestuário: de 0,14% para 0,43%
- Comunicação: de 0,07% para 0,21%
Entre os itens com maior contribuição para a inflação de outubro, também se destacaram roupas de meia-estação, produtos industrializados e serviços de internet.
Ritmo de preços tende a estabilizar
A energia elétrica, os serviços residenciais e os alimentos processados voltaram a pressionar a inflação de outubro, revertendo parte da trégua observada no início do mês. Segundo a FGV, o aumento foi disseminado em diferentes segmentos, mas manteve ritmo controlado em relação ao histórico anual.
Com o IPC-S acumulando 3,93% em 12 meses, a inflação de outubro segue dentro do intervalo da meta. Se a desaceleração de energia e transportes se confirmar nas próximas medições, o impacto sobre o consumo e a política monetária deve permanecer limitado até o fim de 2025, mantendo a expectativa de estabilidade no custo de vida urbano.