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Selic a 15%: BC não tem dados para prever até quando vai manter, afirma diretor

diretor do Banco Central Nilton David fala sobre manutenção da taxa Selic a 15%
O Diretor do Banco Central, Nilton David, afirmou que o Banco Central só decidirá alterar a taxa Selic a 15% quando houver segurança sobre o comportamento da economia. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O Banco Central afirma que ainda não há elementos suficientes para prever até quando manterá a taxa Selic a 15%. A declaração foi feita na quarta-feira (15/10) pelo diretor de Política Monetária da instituição, Nilton David, durante evento do Goldman Sachs em Washington. Segundo ele, a autoridade monetária busca decisões baseadas em dados consistentes e evita agir antes de ter clareza sobre o comportamento dos indicadores econômicos.

Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 15% pela segunda reunião consecutiva. O colegiado pretende conservar a política monetária em patamar contracionista por um período “bastante prolongado”. Essa decisão demonstra o compromisso do Banco Central em garantir a convergência da inflação à meta, mesmo com efeitos sobre crédito e consumo.

Taxa Selic a 15%: direção do BC evita sinalizar cortes de juros

Nilton David afirmou que o Banco Central pode ajustar a taxa “para cima ou para baixo”, caso o cenário mude. “O BC não quer ser levado a uma decisão errada por ruídos ou por poucos dados econômicos. É preciso ter certeza de que o cenário é compatível com a meta de inflação”, disse. Além disso, ele recordou que a suspensão do ciclo de alta, anunciada em julho, foi bem recebida pelo mercado e consolidou a percepção de previsibilidade nas decisões da autoridade monetária.

A discussão sobre a taxa Selic a 15% ocorre em um contexto de crescimento mais moderado. David observou que o país cresceu acima das expectativas nos últimos quatro anos, porém o desempenho de 2025 deve permanecer dentro das projeções. Por esse motivo, o Banco Central defende uma desaceleração gradual da atividade econômica para conter pressões inflacionárias e manter a credibilidade da política monetária.

Estratégia monetária e caminhos da taxa básica

A manutenção da taxa Selic a 15% faz parte da estratégia de consolidar o controle inflacionário em um cenário global incerto e de pressões fiscais internas. Conforme analistas, o discurso do diretor do Banco Central em Washington reforçou a percepção de que os juros continuarão estáveis até que a inflação apresente uma tendência clara de queda.

Enquanto economias avançadas discutem reduções graduais, o Brasil mantém uma política de cautela monetária e busca equilibrar inflação e crescimento. Dessa forma, o comportamento dos preços nos próximos trimestres e a arrecadação pública definirão o ritmo das decisões futuras sobre possíveis ajustes. Assim, o país entra em 2026 diante de um desafio duplo: sustentar a estabilidade e, ao mesmo tempo, preservar o dinamismo da economia.

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