Uma nova proposta de plano de paz para a Ucrânia ganhou corpo nesta terça-feira (21/10), após países europeus e Kiev se aproximarem da finalização de uma versão preliminar de 12 pontos para encerrar o conflito com a Rússia. O documento prevê o congelamento da guerra nas linhas de frente atuais e um Conselho de Paz presidido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ficaria responsável pela supervisão do plano.
Segundo informações da Bloomberg, o novo plano de paz conta com apoio político de líderes europeus e da Ucrânia, mas ainda depende de aprovação de Washington e de um ajuste diplomático com Moscou. A proposta surge após Trump reforçar publicamente o apelo por um cessar-fogo imediato, afirmando que “já houve sangue derramado demais”.
Plano de paz para a Ucrânia inclui cessar-fogo imediato
Entre os principais pontos do plano de paz entre Ucrânia e Rússia estão:
- Cessar-fogo imediato nas posições atuais de combate.
- Retorno de todas as crianças deportadas à Ucrânia.
- Troca de prisioneiros entre os dois países.
- Garantias de segurança internacional à Ucrânia.
- Financiamento para reconstrução das áreas destruídas pela guerra.
- Adesão acelerada da Ucrânia à União Europeia.
- Suspensão gradual das sanções contra a Rússia, conforme cumprimento das etapas do acordo.
- Devolução de US$ 300 bilhões em reservas russas congeladas, condicionada à contribuição de Moscou na reconstrução.
O texto do novo plano de paz também estabelece que as sanções poderão ser restabelecidas se a Rússia retomar ofensivas militares contra a Ucrânia. Kiev e Moscou iniciariam negociações sobre a governança dos territórios ocupados, mas nem a União Europeia, nem a Ucrânia reconheceriam legalmente essas áreas como russas.
Em Kiev, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarou que está disposto a negociar, desde que não haja concessões de território. “Precisamos ficar onde estamos, sem dar algo adicional a Putin”, disse.
O Kremlin, por sua vez, tratou o plano de paz para o conflito com a Ucrânia com cautela. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que “o trabalho à frente será desafiador”, indicando que ainda não há data para uma reunião entre Trump e Vladimir Putin.
Um fim para o conflito?
Líderes europeus manifestaram apoio ao cessar-fogo imediato proposto no novo plano de paz, mas destacaram que a soberania da Ucrânia deve ser preservada. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou: “Devemos pressionar a Rússia a parar sua agressão. A paz não pode vir por concessões.”
Em termos diplomáticos, portanto, o plano de paz para a Ucrânia reflete uma tentativa de conciliar pragmatismo e pressão política. Se prosperar, pode inaugurar uma nova fase da guerra, em que predominaria o equilíbrio de interesses internacionais.