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Como o impacto do desmatamento na economia faz Brasil perder bilhões todos os anos

O impacto do desmatamento na economia brasileira é alarmante, com perdas que ultrapassam R$ 1 bilhão por ano apenas na geração de energia elétrica. Além de afetar o setor energético, a destruição da Amazônia compromete o agronegócio, a infraestrutura hídrica e o transporte fluvial, essenciais para o crescimento econômico. Com secas e estiagens, os prejuízos na agricultura e pecuária somam R$ 357 bilhões entre 2013 e 2023. Preservar a floresta amazônica é crucial para garantir a produtividade e a estabilidade fiscal do Brasil. Descubra como a "floresta em pé" se torna um ativo econômico vital para o futuro do país.
Impacto do desmatamento na economia brasileira causa prejuízos bilionários em energia e agropecuária.
O desmatamento amazônico reduz chuvas e já provoca perdas bilionárias em energia, agricultura e logística no Brasil. (Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real)

É um fato: o impacto do desmatamento na economia brasileira é cada vez mais visível. O alerta vem do Climate Policy Initiative Brasil, organização internacional afiliada à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Segundo o estudo, o país perde mais de R$ 1 bilhão por ano apenas na geração de energia elétrica em razão da destruição da Amazônia.

As consequências não se limitam à energia. Além disso, elas atingem o agronegócio, a infraestrutura hídrica e o transporte fluvial, setores essenciais para o crescimento econômico. Por esse motivo, a floresta amazônica passou a ser tratada como ativo estratégico da economia nacional.

O estudo da CPI/PUC-Rio, intitulado “Quando a fonte seca: As ameaças do desmatamento para a economia brasileira”, publicado no começo de outubro, mostra que, quando a floresta é suprimida, o ciclo natural de evapotranspiração é interrompido. Com isso, diminui o volume de chuvas nas regiões agrícolas e industriais do Centro-Sul, afetando a produtividade, aumentando custos e provocando sérios impactos na economia, tudo devido ao desmatamento.

Impacto do desmatamento recai sobre o agronegócio

A agropecuária, responsável por cerca de 24% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, é a mais vulnerável à falta de chuvas. Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), entre 2013 e 2023, os desastres naturais — principalmente secas e estiagens — causaram R$ 271 bilhões em prejuízos à agricultura e R$ 86,6 bilhões à pecuária, totalizando R$ 357 bilhões em perdas no campo.

Esses prejuízos decorrem de:

  • Quebras de safra e menor produtividade;
  • Aumento do custo de irrigação;
  • Redução da oferta de grãos e elevação dos preços internos.

Com apenas 13% da área agrícola irrigada, o setor depende das chuvas formadas na Amazônia. As regiões de soja, milho, café e cana-de-açúcar estão no trajeto dos rios voadores, correntes de umidade que levam água do Norte ao Centro-Sul. Por essa razão, o desmatamento compromete diretamente a estabilidade do agronegócio, levando a um impacto rigoroso na economia.

Assista à reportagem do Globo Repórter sobre os impactos da crise climática na Amazônia:

Setores econômicos de energia e exportações também sofrem

O setor elétrico é outro pilar atingido pelo impacto do desmatamento na economia. Atualmente, 56% da matriz energética nacional depende de hidrelétricas. Segundo a CPI/PUC-Rio:

  • A Usina Hidrelétrica (UHE) Belo Monte perde R$ 638 milhões por ano;
  • A UHE Itaipu registra R$ 500 milhões em perdas;
  • A UHE Teles Pires deixa de gerar R$ 115 milhões anuais.

Com menos água nos reservatórios, o país depende mais das termelétricas, o que encarece a energia e eleva as emissões de carbono.

Enquanto isso, o setor logístico também sente o impacto do desmatamento na sua economia. Entre 2010 e 2023, o transporte fluvial de soja e milho aumentou 782%, mas as secas reduziram o volume de cargas na Amazônia em 40%. Em 2024, a Hidrovias do Brasil S.A. registrou prejuízo de R$ 622 milhões, resultado direto da queda dos níveis dos rios.

Efeitos do desmatamento na economia ampliam riscos e custos ambientais

Além das perdas econômicas, o desmatamento eleva os riscos de incêndios florestais e agrícolas. Só em 2024, 30 milhões de hectares queimaram, causando R$ 14,7 bilhões em prejuízos, segundo a plataforma de mapeamento de biomas, MapBiomas. O calor extremo e a redução das chuvas fragilizam a vegetação, tornando-a mais suscetível ao fogo. Isso compromete lavouras, pastagens e a regeneração do solo.

De acordo com o projeto Amazônia 2030, apoiado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e pela Iniciativa Internacional Norueguesa para Clima e Florestas (NICFI), o impacto do desmatamento na economia é estrutural e afeta o potencial de crescimento de longo prazo. Portanto, preservar a floresta Amazônica significa proteger a produtividade, a segurança hídrica e a estabilidade fiscal da nação. Nesse contexto, a “floresta em pé” torna-se um ativo econômico vital para o futuro do país.

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