O Ibovespa bate recorde intradiário —dentro do mesmo dia de negociação—nesta segunda-feira (27/10), ultrapassando a marca dos 147 mil pontos em meio à recuperação das ações de bancos e à expectativa de um acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos. A alta se consolidou após revisões para baixo nas projeções de inflação, reforçando o cenário de queda dos juros e ampliando o apetite por risco na Bolsa de Valores.
Por volta das 11h, o principal índice da B3 havia atingido o máximo de 147.977 pontos, antes de estabilizar em torno dos 147.300.
- Volume financeiro: R$ 14,8 bilhões (projeção para o dia)
- Variação no horário: +0,80%
- Mínima do pregão: 146.174 pontos
Analistas veem na combinação do recorde batido pela Ibovespa, os dados domésticos favoráveis e reaproximação diplomática um gatilho para a melhora do humor dos investidores.
Setor bancário sustenta o avanço do índice
O número recorde batido pela Ibovespa foi sustentado principalmente por bancos, segmento que costuma liderar os ciclos de recuperação da Bolsa. As ações do Banco do Brasil (BBAS3) e do Bradesco (BBDC4) avançavam mais de 1% cada, refletindo o alívio nos juros futuros e a expectativa de retomada do crédito. A leitura de que o sistema financeiro pode voltar a expandir margens em um ambiente de custos menores tem atraído capital estrangeiro.
- Banco do Brasil (BBAS3): +1,07%
- Bradesco (BBDC4): +1,33%
- Vale (VALE3): +0,40%
- Petrobras (PETR4): +0,44%
- Usiminas (USIM5): +3,85%
- Marfrig (MRFG3): +5,72%
Empresas de commodities também contribuíram, mas em ritmo mais moderado. O conjunto de resultados sugere um movimento de consolidação, em que papéis cíclicos voltam a ganhar protagonismo.
Diplomacia e inflação moldam o novo apetite por risco
O recorde intradiário batido pela Ibovespa e o desempenho positivo do mercado vêm acompanhados da repercussão do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o norte-americano Donald Trump. O diálogo reacendeu expectativas sobre um possível acordo tarifário que reduza barreiras a produtos agrícolas e industriais brasileiros. A agenda ainda inclui a reunião de Trump com o presidente chinês, Xi Jinping, o que adiciona otimismo às negociações comerciais globais.
No campo econômico, a desaceleração captada pelo IPCA-15 de outubro fortaleceu as apostas de cortes adicionais na taxa Selic.
- O indicador reforçou o cenário de inflação sob controle.
- Os juros futuros recuaram, impulsionando o mercado de ações.
- O S&P 500 futuro operava em alta de 0,9%, e o Stoxx 600 ganhava 0,05%, compondo ambiente internacional favorável.
Recorde intradiário da Ibovespa marca virada de confiança no mercado brasileiro
Para estrategistas, o fato de o Ibovespa bater recorde intradiário indica que o mercado local começa a se descolar do pessimismo global. A leitura predominante é de que, se o acordo Brasil–EUA se concretizar, haverá espaço para entrada adicional de capital estrangeiro e valorização do real.
A combinação de política monetária mais branda, inflação controlada e melhora nas relações internacionais pode inaugurar uma fase de maior estabilidade — e o novo pico da B3 funciona como símbolo dessa virada de confiança.









