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Lista de espécies exóticas invasoras: MPA alerta para impactos econômicos

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) manifestou preocupação com a proposta da CONABIO que inclui espécies exóticas invasoras na lista oficial. O órgão teme impacto de R$ 9,6 bilhões na aquicultura nacional e pede revisão técnica baseada em evidências científicas.
Lista espécies exóticas invasoras pode prejudicar na aquicultura brasileira
Tilápia, espécie em debate na lista de exóticas invasoras proposta pela CONABIO. (Foto: Reprodução / WIkimedia Commons)

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) pediu cautela na elaboração da nova lista de espécies exóticas invasoras, em análise pela Comissão Nacional de Biodiversidade (CONABIO). Segundo o órgão, a proposta pode gerar impactos econômicos e sociais sobre a aquicultura brasileira, que movimenta cerca de R$ 9,6 bilhões, conforme dados do PPM/IBGE (2025). A minuta também preocupa o setor produtivo por incluir espécies amplamente cultivadas no país, como tilápia, tambaqui, pacu e camarão-marinho.

O MPA sustenta que a inclusão dessas espécies na lista oficial de exóticas invasoras pode comprometer o licenciamento ambiental, o crédito e o comércio externo. Em nota, o ministério destacou a ausência de diretrizes claras sobre como seriam tratadas as espécies já incorporadas à cadeia produtiva nacional. Além disso, o órgão reforçou ainda que não existe legislação federal que permita o licenciamento de espécies classificadas como invasoras, o que pode travar a operação de fazendas aquícolas e parques marinhos.

Espécies exóticas invasoras e risco à produção aquícola

Se classifica uma espécie exótica invasora como um organismo introduzido em um novo ambiente, fora de sua área de distribuição natural, que se estabelece e se prolifera, causando impactos negativos ao meio ambiente, à economia e à saúde humana. Os animais em debate para enquadrar nova lista de espécies exóticas invasoras respondem por 90% da produção aquícola nacional, sendo eles:

  • Tilápia;
  • Tambaqui;
  • Pacu;
  • Pirarucu;
  • Ostra do Pacífico;
  • Macroalga Kappaphycus alvarezii;
  • e o camarão-marinho (Litopenaeus vannamei).

O valor estimado de R$ 9,6 bilhões reflete o peso econômico de uma cadeia que sustenta milhares de empregos e tem papel central na segurança alimentar.

Especialistas alertam que a eventual classificação dessas espécies como invasoras exigiria revisões em licenças ambientais e contratos de financiamento, além de afetar exportações de pescado e insumos. “O debate precisa ser técnico e embasado em ciência”, aponta o MPA, ao afirmar que qualquer decisão deve considerar “os efeitos sobre a economia e o abastecimento alimentar do país”.

Reunião técnica e revisão da proposta da CONABIO

Para buscar consenso, o MPA convocou reunião extraordinária do Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca (CONAPE), que reúne representantes da sociedade civil, produtores e pesquisadores. O encontro discutirá as consequências da minuta e consolidará propostas técnicas de revisão da lista de espécies exóticas invasoras.

Paralelamente, o ministério coordena uma avaliação científica das fichas das espécies, em parceria com universidades, institutos de pesquisa e entidades do setor. As informações reunidas serão enviadas à CONABIO dentro do prazo fixado. Segundo o MPA, o objetivo é “assegurar que as decisões reflitam evidências científicas atualizadas e considerem os impactos socioeconômicos de cada espécie”.

Desafios da aquicultura diante da regulação ambiental

A discussão sobre as espécies exóticas invasoras reacende o debate sobre o equilíbrio entre proteção da biodiversidade e segurança alimentar. Além disso, o impasse evidencia o desafio de conciliar o controle ambiental com a competitividade da aquicultura nacional. Isso em um momento em que o Brasil busca ampliar exportações e atrair investimentos sustentáveis.

Caso não haja clareza jurídica, parte das operações produtivas pode enfrentar paralisação ou perda de mercado internacional, sobretudo no cultivo de tilápia e camarão. O posicionamento do MPA, que já havia publicado uma lista de espécies exóticas invasoras em março deste ano (03/2025), reforça que o país precisará alinhar sua política ambiental com estratégias de desenvolvimento sustentável. Portanto, garantindo tanto a conservação dos ecossistemas quanto a viabilidade econômica do setor aquícola.

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