A venda de fatia da União Química pode render até R$ 1 bilhão e atraiu o interesse de fundos internacionais. O processo é coordenado pela UBS BB, joint venture entre o UBS e o Banco do Brasil, e envolve a oferta de 20% a 30% do capital da farmacêutica. Trata-se de uma operação que combina uma tranche primária, com entrada de novos recursos, e uma tranche secundária, com ações pertencentes às irmãs do controlador Fernando Marques.
A farmacêutica é avaliada entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões, segundo fontes próximas ao processo ouvidas pelo Pipeline, do Valor Econômico. Já a estrutura financeira preserva o controle de Marques, mas marca um avanço na profissionalização e na busca por capital institucional de longo prazo, em linha com os planos de expansão da companhia.
UBS BB estrutura captação e busca investidores
O UBS BB conduz a originação da operação junto a fundos de private equity, fundos soberanos e organismos de desenvolvimento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a International Finance Corporation (IFC).
A expectativa é que os novos investidores reforcem a base de governança e contribuam com expertise em inovação e escala global. De acordo com interlocutores do mercado, a operação de venda defatia da União Química está estruturada para ampliar liquidez sem diluir o comando familiar.
“Marques parece enfim decidido a trazer capital novo para a operação”, descreve um trecho da apuração publicada pelo Pipeline. O UBS BB afirmou que “não comenta sobre transações ou clientes”.
Oportunidades no setor farmacêutico com venda de fatia da União Química
A União Química pretende direcionar os recursos da venda minoritária para fortalecer o caixa e financiar novos projetos industriais e comerciais. A companhia tem ampliado a produção de medicamentos hospitalares e de prescrição, segmentos de maior valor agregado e crescimento consistente.
Entre as oportunidades analisadas, está a Medley, colocada à venda pela Sanofi. Embora a empresa não tenha confirmado publicamente o interesse, fontes do setor indicam que a União Química figura entre os grupos avaliando o ativo.
A francesa busca cerca de US$ 1 bilhão (R$ 6 bilhões) pela unidade de genéricos, que mantém fábrica em Campinas (SP) e marca forte no mercado nacional.
Mercado farmacêutico em consolidação
O setor farmacêutico brasileiro vive um momento de consolidação acelerada, com empresas locais competindo por ativos estratégicos e fundos internacionais expandindo presença no país.
Nesse contexto, a venda de fatia da União Química é vista como um passo de adaptação a um ambiente de capital mais exigente, no qual tamanho e governança se tornam diferenciais competitivos.
A empresa, fundada em 1936, opera em mais de 60 países e mantém portfólio diversificado que inclui medicamentos de prescrição, vacinas, biotecnologia e produtos hospitalares.
Assista ao vídeo institucional abaixo e conheça um pouco mais sobre a União Química:
Venda de fatia da União Química é um novo ciclo de capital e governança
A abertura para investidores institucionais deve representar um novo ciclo de governança e acesso a crédito mais competitivo. Com o ingresso de capital, a União Química pretende acelerar projetos industriais e reforçar sua presença em segmentos de alta tecnologia, como biológicos e imunizantes.
Analistas avaliam que o processo liderado pelo UBS BB sinaliza uma mudança estrutural na estratégia financeira da empresa, que até aqui se manteve de capital fechado. Além disso, a decisão de diversificar a base acionária sem perder o controle indica um reposicionamento de longo prazo. Portanto, deixa a empresa mais próxima das grandes farmacêuticas globais que combinam controle familiar e gestão profissional.

 
								 
											

 
 

 






