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Gastos em IA altos geram insatisfação de investidores com Big Techs

Os resultados das Big Techs no terceiro trimestre mostraram que o entusiasmo com a inteligência artificial começa a dar lugar à cobrança por resultados concretos. Enquanto Amazon e Google ampliam receitas com produtos baseados em IA, Meta e Microsoft sofrem com o ceticismo do mercado diante de altos custos e retornos lentos. A Nvidia, que divulga balanço em 19/11, será o próximo teste para medir se o ciclo de gastos em IA ainda sustenta a confiança dos investidores.
Logos das Big Techs representam os gastos em IA e a pressão por retorno no setor de tecnologia
Amazon, Google, Meta, Apple e Microsoft mantêm investimentos bilionários em inteligência artificial, mas o mercado começa a cobrar resultados financeiros mais consistentes. (Imagem: Wikimedia)

Os gastos em IA se tornaram o principal termômetro do apetite do mercado por tecnologia no balanço trimestral das Big Techs divulgado até a última sexta-feira (31/10). Apesar de a maioria ter superado as projeções de lucro, investidores começaram a reagir de forma desigual às despesas bilionárias em inteligência artificial (IA), cobrando retornos mais concretos.

Big Techs divididas pelo retorno dos gastos em IA

No mesmo trimestre em que o Federal Reserve (Fed) reduziu os juros, Meta e Microsoft viram suas ações recuarem. Conforme publicado pelo Bloomberg, a queda ocorreu após a revelação de aumento de investimentos sem contrapartida imediata de receita. A Meta teve a maior queda diária em três anos. Ao mesmo tempo, a Microsoft perdeu mais de 4% em dois dias, com crescimento modesto em sua unidade de nuvem.

Em sentido oposto, Amazon e Alphabet apresentaram números capazes de sustentar a confiança do mercado. A Amazon avançou quase 10% na semana, impulsionada pelo crescimento da AWS e pela previsão de gerar US$ 10 bilhões adicionais em vendas com o novo assistente de compras baseado em IA.

Enquanto isso, o Google Cloud registrou salto de 34% na receita, atingindo US$ 15,2 bilhões. Por fim, a Alphabet informou que as receitas de produtos construídos sobre modelos generativos triplicaram em relação ao ano anterior.

Leia também: Bolha da Inteligência Artificial pode ser 17 vezes maior que a da internet

Lucros ainda sustentam a confiança no setor de tecnologia

A divergência de desempenho mostrou que o entusiasmo com a inteligência artificial deu lugar a um escrutínio mais técnico.

Allen Bond, gestor da Jensen Investment Management, afirmou à Bloomberg que “este é o primeiro trimestre em que o aumento do capex não foi automaticamente premiado”.

A análise reforça que a fase atual de altas despesas com inteligência artificial exige das empresas não apenas inovação, mas eficiência no uso do capital. A Nvidia tornou-se símbolo dessa expectativa. Suas ações saltaram 9% na semana e levaram o valor de mercado da companhia a US$ 5 trilhões, marca histórica impulsionada pela demanda por IA.

Apesar das oscilações e dos gastos altos com IA, o conjunto das gigantes manteve resultados sólidos. Segundo dados da Bloomberg Intelligence, o lucro trimestral das chamadas Magnificent Seven cresceu 27%. O grupo consiste em Amazon, Apple, Alphabet, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla. O S&P 500, em comparação, avança 13%.

Novo ciclo de investimento em inteligência artificial

A próxima grande divulgação será a da Nvidia, marcada para 19/11 e considerada o “teste final” para medir se o ritmo de gastos ainda encontra respaldo. O desempenho da empresa pode redefinir o tom das apostas no setor, especialmente diante da pressão por rentabilidade diante de crescentes despesas com IA e do aumento da demanda por energia nos data centers.

Se os gastos com IA mostrarem retorno sustentado, o mercado tende a consolidar um novo ciclo de expansão digital, com impacto direto sobre infraestrutura, semicondutores e serviços em nuvem.

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