A China na COP30 terá papel de destaque mesmo sem a presença do presidente Xi Jinping. O país será representado pelo vice-primeiro-ministro Ding Xuexiang, que desembarca em Belém (PA) no dia 10/11 para a conferência climática das Nações Unidas. A escolha do vice-premiê reflete o esforço de Pequim em manter protagonismo diplomático e influência nas negociações ambientais globais, com foco no multilateralismo e na transição energética.
China na COP30 e a diplomacia verde de Pequim
A ausência de Xi Jinping não representa retração da política externa chinesa. Pelo contrário, Ding Xuexiang, um dos colaboradores mais próximos do presidente, coordena a agenda interministerial responsável por energia limpa, governança climática e neutralidade de carbono. Assim, sua presença na COP30 simboliza a continuidade da política de diplomacia climática, que a China vem consolidando em fóruns internacionais. O país tenta equilibrar desenvolvimento econômico e sustentabilidade, projetando-se como potência verde no cenário global.
China soma-se a mais de 170 países que particparão do evento em Belém:
Além do simbolismo político, o envio do vice-premiê também carrega relevância prática. Ding Xuexiang foi responsável por apresentar, em cúpulas recentes, os novos compromissos de emissões da China — as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) — que consolidam a imagem do país como líder responsável na luta contra as mudanças climáticas. Nesse contexto, Pequim aposta em financiamento verde e inovação tecnológica para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, unindo estratégia econômica e diplomática.
Para o Brasil, anfitrião do evento, a participação chinesa na COP30 representa uma oportunidade de ampliar parcerias em infraestrutura sustentável, mobilidade elétrica e cooperação científica. Além disso, a relação sino-brasileira tem se fortalecido na pauta ambiental, com novos investimentos em energia renovável e projetos de descarbonização. Em Belém, Pequim deve reafirmar apoio ao governo Lula na defesa de uma agenda climática voltada ao desenvolvimento inclusivo e à integração regional.
Diplomacia verde e influência regional da China
Por fim, a presença chinesa na COP30 reforça a ambição de Pequim em consolidar uma liderança climática regional, baseada em pragmatismo econômico e cooperação técnica. Ao transformar a agenda ambiental em eixo de política externa, a China amplia seu alcance na América do Sul e se projeta como ator essencial da governança climática global.
Em meio à corrida mundial pela transição energética, a estratégia chinesa traduz-se em poder diplomático: a capacidade de reduzir emissões sem abrir mão do crescimento econômico e, ao mesmo tempo, reposicionar o país no centro da nova ordem verde internacional.










