A reorganização financeira da Azul (AZUL4) avançou no último sábado (01/11) com o anúncio de um acordo global com o Comitê Oficial de Credores Quirografários (UCC), marco essencial no processo de reestruturação da Azul nos Estados Unidos.
A companhia, buscando cortar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, definiu as condições para consolidar um plano de recuperação que deve ser votado ainda em novembro. O movimento sinaliza a etapa mais concreta desde o pedido de proteção judicial em maio. Assim, reacende a confiança de investidores em sua capacidade de sair do Chapter 11 já no início de 2026. O Chapter 11 é um dispositivo da lei de falências dos EUA que permite que empresas em dificuldades financeiras reorganizem suas dívidas sem precisar encerrar as operações.
Apoio dos credores ao plano de reorganização financeira da Azul
Pelo acordo, os credores sem garantia poderão escolher entre receber até US$ 20 milhões proporcionais ou integrar um fundo fiduciário com bônus de subscrição de até 5,5% do capital social, caso o valor de mercado da Azul alcance US$ 3,8 bilhões após a reestruturação. Ademais, o Comitê de Credores declarou apoio formal ao plano e incentivará a aprovação judicial na audiência de divulgação marcada para 04/11, em Nova York. Segundo comunicado, a companhia também apresentou versões revisadas do Plano de Reorganização e da Disclosure Statement, que incorporam as novas condições de consenso.
O pedido de proteção sob o Chapter 11 foi protocolado em maio de 2025, quando a Azul enfrentava forte pressão cambial, custos elevados e retração na demanda pós-pandemia. A crise levou a empresa a buscar um redesenho de capital que lhe permita competir de forma sustentável no médio prazo. Por isso, analistas apontam que a reestruturação da Azul é hoje o caso mais avançado entre as companhias aéreas latino-americanas em recuperação judicial nos EUA.
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A visão da liderança
A Azul informou que, mesmo durante o processo de reestruturação, mantém o foco em serviço ao cliente, estabilidade operacional e suporte aos tripulantes.
Em nota, o CEO John Rodgerson afirmou que “seguimos avançando em nosso processo de reestruturação com o apoio de nossos principais stakeholders, incluindo nossos credores quirografários, com os quais chegamos a um acordo após negociações construtivas”.
O cronograma prevê que, uma vez aprovada a declaração de divulgação, o plano será distribuído aos credores para votação formal. Dessa forma, caso a aprovação ocorra ainda neste trimestre, a companhia poderá iniciar 2026 fora do Chapter 11. Assi, a Azul terá uma estrutura financeira ajustada às novas metas de eficiência e alavancagem.
Ainda, Rogdgerson reforçou que o novo marco “demonstra um impulso positivo na transformação de nosso negócio, enquanto trabalhamos para fortalecer nossa estrutura de capital e avançar rumo à saída do processo como uma empresa ainda mais forte e sustentável”.
Sustentação e próximos passos
A recuperação financeira da companhia entra agora em fase decisiva, com o acordo global reduzindo incertezas jurídicas e ampliando espaço para a retomada do crescimento. Porém, mesmo em processo de recuperação judicial, a empresa registrou lucro bilionário no 2T25, evidenciando o potencial para o futuro financeiro da companhia. Agora, caso cumpra o plano dentro do prazo, a Azul poderá servir de referência de reestruturação corporativa na América Latina.










