A venda da Pizza Hut entrou em pauta após a Yum! Brands, controladora da rede, confirmar nesta terça-feira (04/11) que avalia a negociação parcial ou total da marca. A decisão vem depois de sete trimestres consecutivos de prejuízo, marcados pela queda nas vendas e pela redução constante da participação da empresa no mercado norte-americano de pizzarias.
No anúncio, a holding norte-americana destacou que busca “maximizar o valor dos ativos” e reposicionar seu portfólio global. De acordo com o banco britânico Barclays, a participação da Pizza Hut nos Estados Unidos encolheu de 22,6% em 2019 para 18,7% em 2024, enquanto rivais como a Domino’s Pizza ampliaram sua vantagem com delivery digital e programas de fidelidade no mercado de pizza.
Por esse motivo, a Yum! Brands avalia três caminhos possíveis:
- Uma venda integral da rede;
- A formação de uma joint venture;
- Ou a venda de uma fatia minoritária a parceiros estratégicos.
Venda da Pizza Hut o motivo é falta de resultado
O CEO da Yum!, Chris Turner, afirmou que “o desempenho da Pizza Hut indica a necessidade de medidas adicionais para ajudar a marca a atingir seu pleno valor, o que pode ser melhor executado fora da Yum! Brands.”
A declaração foi bem recebida por investidores: as ações da companhia subiram cerca de 2% nas negociações pré-mercado em Nova York, refletindo expectativa de ganhos com a reorganização.
Especialistas apontam que a queda de 6% nas vendas comparáveis no terceiro trimestre de 2025 acelerou o processo. Já analistas avaliam que o grupo deve priorizar marcas de maior rentabilidade, como KFC e Taco Bell, ambas com crescimento consistente e forte presença internacional.
Cenário competitivo no setor de fast-food
O mercado de pizzarias dos EUA enfrenta saturação e margens mais apertadas. A Domino’s domina o segmento digital, enquanto concorrentes menores disputam preço e conveniência. A Pizza Hut, por sua vez, sofre com tecnologia defasada e um modelo de loja ainda baseado em consumo local, menos adaptado à atual dinâmica do delivery.
Internamente, a Yum! Brands já vinha fechando unidades deficitárias e revisando contratos de franquia. Baseada nisso, a companhia entende que a venda da Pizza Hut significa maiores chances de reestruturação para a marca. Especialmente se conduzida por um novo investidor com foco exclusivo.
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História e expansão global da rede de Pizza
Fundada em 1958 por dois irmãos universitários no Kansas, a Pizza Hut cresceu rapidamente e se tornou um dos primeiros ícones do fast-food americano. A empresa foi pioneira em formatos de entrega e consumo familiar, alcançando milhares de unidades em mais de 100 países.
Na década de 1990, a marca já integrava o portfólio da Yum!, consolidando-se como uma das maiores cadeias de pizzarias do mundo. No entanto, com o avanço das plataformas digitais, como Ifood, e o fortalecimento de concorrentes, a marca perdeu dinamismo. Além disso, vem enfrentando o desafio de se modernizar sem abandonar sua identidade de marca tradicional.
Assista ao vídeo abaixo e saiba mais sobre a criação da Pizza Hut:
Reflexos da possível venda da Pizza Hut no Brasil
No Brasil, a Pizza Hut opera sob licença da International Meal Company (IMC). E embora não haja impacto direto anunciado, a venda da Pizza Hut pode gerar renegociações de royalties e eventuais ajustes contratuais. Além disso, analistas consideram que uma mudança de controle poderia abrir espaço para novos formatos de expansão local, como marcas nacionais ganhando maior destaque.
Perspectiva com a venda da Pizza Hut
A possível venda da Pizza Hut poderá redefinir o portfólio da Yum! Brands e reposicionar a marca de pizzas em um mercado de alimentação rápida cada vez mais tecnológico. Caso a negociação da Pizza Hut se confirme, a nova gestão terá o desafio de reconstruir identidade, ampliar canais digitais e recuperar lucratividade. Portanto, um verdadeiro teste de sobrevivência para uma das redes mais emblemáticas do setor global de fast-food.










