Em meio a gestão de crise nos Correios, o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, demitiu três dos oito diretores da companhia na terça-feira (04/11). As exonerações foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração e a medida faz parte da tentativa de reverter um rombo de R$ 4,3 bilhões nas contas da estatal.
A decisão marca uma nova fase na gestão de Rondon, nomeado em setembro pelo presidente Lula com a missão de sanear as finanças e modernizar a operação. Conforme publicado pelo Times Brasil, a retirada dos nomes dos ex-diretores do site oficial já ocorreu, e os Correios não se manifestaram até o fechamento da apuração. A estatal passa por ampla reestruturação administrativa.
Crise nos correios busca gestão para conter prejuizo
As demissões incluemJuliana Agatte, diretora de Governança e Estratégia; Getúlio Ferreira, de Gestão de Pessoas; e Sérgio Freitas, de Operações. Fontes ouvidas pela reportagem apontam como favoritos para as vagas Luiz Cláudio Ligabue, aposentado do Banco do Brasil; Natália Teles da Mota, diretora executiva da Enap; e José Marcos Gomes, ex-superintendente dos Correios em São Paulo durante o governo Jair Bolsonaro.
Além das mudanças no alto escalão, a administração avalia um empréstimo de R$ 20 bilhões com garantias da União. Dessa forma, a medida visa recompor o caixa e manter a capacidade de investimento. A operação, em análise no Ministério da Fazenda, deve acompanhar cortes de despesas e revisão de contratos. Isso ocorrerá dentro do esforço de reestruturação nos Correios.
O plano de Rondon pretende reduzir sobreposições administrativas e acelerar decisões estratégicas, aproximando a estatal de padrões de governança do setor privado. Segundo interlocutores próximos à presidência, o novo formato deverá integrar áreas de logística e atendimento digital, com foco em rentabilidade e controle de custos.
Reestruturação interna e futuro da estatal
A atual reforma administrativa nos Correios é um teste para o governo, que tenta preservar o caráter público da empresa sem ampliar subsídios. Embora ainda não haja estimativa de economia imediata, especialistas do setor avaliam que o corte na diretoria é o primeiro passo para reequilibrar o balanço. Além disso, a mudança pode ajudar a preparar a estatal para uma eventual abertura de capital ou parceria estratégica nos próximos anos.
Por isso, a consolidação dessa gestão corporativa dos Correios definirá o alcance real do plano de saneamento financeiro conduzido por Rondon, e o quanto o “choque de gestão” será capaz de transformar a estatal em uma empresa competitiva e sustentável dentro do cenário logístico brasileiro.










