O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no Brasil, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), subiu 0,09% em outubro de 2025, conforme dados divulgados na terça-feira (11/11). Segundo Cristiano Oliveira, diretor de Pesquisa Econômica do Banco Pine, a análise do Banco Pine mostra que o resultado confirma a qualidade da desinflação, com os preços avançando em ritmo compatível com a meta de longo prazo definida pelo Banco Central.
O número representa uma desaceleração de 0,39 ponto percentual em relação a setembro, quando o IPCA havia subido 0,48%. Esse recuo reforça o controle do processo inflacionário e surpreendeu positivamente o mercado. Além disso, sinaliza que as pressões de custos seguem arrefecendo. No acumulado de 2025, o índice registra alta de 3,73%, e nos últimos 12 meses, 4,68%, abaixo dos 5,17% do período anterior. Dessa forma, a trajetória confirma que o país mantém o avanço dos preços sob controle, em linha com o cenário esperado pelo Banco Central.
Análise do Banco Pine reforça tendência de estabilidade
Para Cristiano Oliveira, o dado divulgado pelo IBGE reforça o amadurecimento do ciclo de estabilização de preços iniciado no primeiro semestre.
“A composição do índice reforça a qualidade do processo desinflacionário, com a média das medidas de núcleo avançando 0,25%, ritmo compatível com a meta de inflação de longo prazo”, afirmou o economista.
A análise do Banco Pine ressalta que o núcleo da inflação, que exclui itens mais voláteis, como combustíveis e alimentos, é o melhor termômetro do comportamento de preços. Em setembro, esse núcleo havia acelerado por influência de energia elétrica e reajustes sazonais. Em outubro, porém, a desaceleração mais ampla, especialmente em bens industriais e habitação, mostrou que a desinflação ganhou base estrutural, e não apenas conjuntural.
Detalhe dos grupos analisados do IPCA de outubro
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, três registraram queda de preços em outubro: Habitação (-0,30%), Artigos de residência (-0,34%) e Comunicação (-0,16%). Entre os que apresentaram alta, destacaram-se Vestuário (+0,51%), Saúde e cuidados pessoais (+0,41%) e Transportes (+0,11%).
O comportamento mais contido de alimentação e bebidas, com variação de apenas 0,01%, também ajudou a limitar a alta do índice geral. Assim, a análise do Banco Pine indica que o resultado confirma a desinflação mais disseminada entre os componentes do IPCA.
Perspectivas monetárias para 2026
Com base nos resultados de outubro, o Banco Pine mantém visão construtiva sobre o comportamento dos preços nos próximos meses.
“As condições técnicas para o Copom iniciar um ciclo de queda da taxa de juros já estão presentes. Porém, reconhecemos que a comunicação do Comitê sinaliza início do afrouxamento a partir do primeiro trimestre de 2026”, avaliou o economista do Banco Pine.
Por outro lado, a opinião do especialista do Banco Pine é que a política monetária atual deve ser mantida até a consolidação da convergência do núcleo de preços. A instituição observa ainda que o grupo de serviços, historicamente mais resistente, vem mostrando sinais graduais de moderação, o que reforça a percepção de estabilidade.
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Análise do Banco Pine vê credibilidade reforçada na economia
O IPCA de outubro consolida um quadro de estabilidade macroeconômica, sustentado por fundamentos sólidos e pela atuação coordenada entre política fiscal e monetária. Esse equilíbrio, segundo a análise do Banco Pine, abre espaço para cortes graduais da taxa Selic em 2026, preservando o controle da inflação e transmitindo confiança ao mercado financeiro e ao investidor institucional.
Nesse contexto, a leitura institucional apresentada pela análise do Banco Pine reforça que o resultado de outubro fortalece a credibilidade da política monetária e o compromisso do país com a estabilidade de preços. Com a inflação abaixo do esperado, núcleos controlados e expectativas ancoradas, o Brasil se destaca entre as economias emergentes por manter disciplina, previsibilidade e consistência na condução de sua política econômica.
Resultado do Banco Pine no 3T25
O Banco Pine (PINE4) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 103,6 milhões, avanço de 61,1% sobre o mesmo período de 2024. As receitas totais atingiram R$ 289,6 milhões, alta de 82,3% na mesma base de comparação, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira (12/11).










