A fila do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para recebimento de benefícios avançou novamente e alcançou o maior patamar já registrado em outubro. Um total de 2,862 milhões de pedidos aguardam análise, segundo dados do órgão. O salto ocorreu mesmo após tentativas recentes de reorganização administrativa e expõe um acúmulo que cresce de forma contínua.
Fila do INSS cresce após paralisação do PGB
A alta ocorre em um momento em que o Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB) foi interrompido por falta de recursos em outubro. O presidente do instituto, Gilberto Waller Junior, detalhou em ofício que o orçamento atual não comporta o pagamento do bônus de produtividade destinado a acelerar a análise dos pedidos. Esse bônus, aplicado tanto a servidores quanto a peritos, havia ajudado a reduzir gargalos nos meses anteriores, mas a suspensão impôs uma limitação operacional imediata.
Como a demanda do INSS segue elevada e a força de trabalho não recebeu reforço proporcional, o congelamento do PGB afeta diretamente o fluxo interno. A consequência prática é o crescimento das solicitações paradas, especialmente nas linhas mais sensíveis, como benefícios por incapacidade, que dependem de avaliação técnica e costumam ter maior carga de processamento.
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Histórico recente acentua pressão no
Os números dos últimos meses mostram um aumento consistente na fila do INSS, o que indica um problema estrutural que não se explica apenas por sazonalidade. Além disso, a promessa do governo federal de reduzir a fila segue no centro do debate público, já que a ampliação do estoque desafia o compromisso assumido durante a campanha presidencial. Porém, especialistas apontam que a execução orçamentária limitada cria um ambiente administrativo instável, dificultando o planejamento contínuo.
De toda forma, a evolução recente da fila do INSS por benefícios evidencia que o volume de pedidos cresce mais rápido do que a capacidade de análise do órgão. Esse descompasso se tornou mais claro no trimestre, quando a pressão sobre o estoque de solicitações se intensificou.
Acompanhe os principais números do período:
- Crescimento mensal de 3,02% no total de pedidos.
- Estoque em 2,626 milhões de solicitações em agosto.
- Acúmulo avançando para 2,778 milhões de pedidos em setembro.
- Volume atingindo 2,862 milhões em outubro, aproximando-se de 2,9 milhões.
- 1,140 milhão de pedidos ligados ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).
- 1,3 milhão de pedidos referentes a benefícios por incapacidade, que exigem análise técnica.
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Cenário em evolução na demanda do INSS
Esse quadro tende a permanecer no foco do debate enquanto não houver reforço de orçamento ou novo modelo de incentivo operacional. Embora o INSS tenha reiterado que busca alternativas, o acúmulo recente na fila de espera por benefícios revela a necessidade de revisão de processos e políticas de financiamento.
Logo, o setor observa que, se o ritmo de entrada continuar elevado, a Fila do INSS poderá ultrapassar novos limites nos próximos meses. Fator que acabará influenciando o atendimento e a gestão de benefícios em um contexto de forte pressão pública.











