O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, contestou publicamente a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, decretada por Alexandre de Moraes, na manhã deste sábado (22/11). Através de suas redes sociais, o governador afirma que a decisão ignora o quadro médico do ex-presidente. A menção ao estado de saúde apareceu logo após a confirmação de que Bolsonaro foi levado à sede da Polícia Federal em Brasília, onde permanece desde a manhã do sábado.
Tarcísio também argumentou que “retirar um homem de 70 anos de casa em meio a laudos médicos recentes seria incompatível com garantias básicas”. Embora a ordem tenha sido fundamentada em risco de fuga, Tarcísio avaliou que Bolsonaro “é inocente” e que o episódio tende a ser revertido. A fala ecoou entre aliados do ex-presidente e ocorreu no mesmo dia em que o STF recebeu alerta de possível violação da tornozeleira eletrônica, registrado pouco após a meia-noite.
Prisão preventiva de Bolsonaro e justificativas apontadas pelo STF
Seguindo a linha das decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), o despacho de Alexandre de Moraes apresentou novos elementos que ajudam a entender por que ele converteu a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro em preventiva. Entre os pontos destacados pelo ministro estão:
- Avaliação paralela de outros componentes do processo, com a PF monitorando fatores adicionais que, segundo o despacho, exigiam resposta imediata da Corte.
- Indícios de evasão, citados como elemento central para reavaliar a eficácia das medidas anteriormente impostas.
- Registro de instabilidade no monitoramento eletrônico, após o sistema emitir alerta que levantou dúvidas sobre o cumprimento das condições estabelecidas.
- Convocação de vigília por Flávio Bolsonaro, apontada como possível obstáculo à fiscalização da Polícia Federal nas imediações da casa do ex-presidente.
No plano jurídico, a Corte analisava um pedido de regime domiciliar apresentado pela defesa na véspera, com base em questões clínicas, mas ainda não tinha examinado o documento no momento em que converteu a detenção prisão preventiva de Bolsonaro
Saiba mais sobre a decisão do STF:
Impacto político imediato da detenção do ex-presidente
Enquanto Bolsonaro inicia o cumprimento da prisão preventiva em Brasília, a repercussão ganhou amplitude no campo conservador. A fala de Tarcísio, que costuma manter postura contida em disputas nacionais, passou a ocupar espaço relevante entre articuladores do bloco.
Analistas também observam que a articulação em torno do tema deve permanecer intensa. A detenção coincide com um momento em que o STF reafirma diretrizes relacionadas a casos julgados desde 2022, tema que seguirá sensível no debate público.
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Caminhos futuros após a detenção
A prisão preventiva de Bolsonaro, vista por aliados como dura e pelo STF como alinhada às ferramentas de vigilância previstas em lei, abre margem para disputas que avançam além do processo. A defesa planeja insistir na tese de saúde fragilizada, enquanto setores políticos tentam medir os efeitos da detenção de Bolsonaro no ambiente institucional.
Nesse cenário, discutem-se possíveis desdobramentos no diálogo entre poderes e no comportamento de grupos. Todos observam com atenção o rumo das decisões judiciais, num momento em que a temperatura política tende a permanecer elevada.











