O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro continua preso. A decisão foi dada após a audiência de custódia realizada neste domingo (23/11), quando a juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino homologou o mandado de prisão. O procedimento reforçou que não houve irregularidades na atuação da Polícia Federal, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve o caso em análise.
Na audiência, o ex-presidente admitiu ter manipulado a tornozeleira eletrônica, alegando efeito colateral de medicamentos receitados por profissionais distintos. Disse ainda que não tinha intenção de fuga e que a cinta não chegou a ser rompida. A defesa sustenta que o equipamento teve apenas alteração superficial. Apesar disso, o alerta registrado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal permanece no centro da apuração, já que o uso de solda no dispositivo elevou a atenção dos investigadores. Ponto que segue em destaque nos autos e reforça a narrativa apresentada pela Polícia Federal sobre risco processual.
Neste contexto, o processo avança para a sessão virtual da Primeira Turma nesta segunda-feira (24/11), que avaliará o referendo da medida.
Jair Bolsonaro continua preso e presta novos esclarecimentos
A versão apresentada também abordou a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro, que ocorria a cerca de setecentos metros da residência onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar. O réu afirmou que a distância não criaria condições para tumulto ou facilitação de eventual fuga. Enquanto isso, após decisão que confirma que Jair Bolsonaro continua preso, o STF estabeleceu prazo até as 16h30 deste domingo para que a defesa se manifestasse sobre a alteração detectada na tornozeleira, etapa necessária para concluir essa parte da análise técnica.
O histórico recente pesa sobre o andamento do caso. Na semana anterior, a Primeira Turma rejeitou os embargos de declaração apresentados por Bolsonaro e outros réus na ação penal da trama golpista, mantendo a condenação de 27 anos e três meses de prisão.
Portanto, o calendário processual segue apertado: termina neste domingo o prazo para apresentação dos últimos recursos, e eventual rejeição pode, não só fazer com que Bolsonaro continue detido, como levar à execução imediata das penas. Nesse caminho, o julgamento virtual desta segunda-feira tende a ganhar relevância estratégica para o desfecho jurídico.
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Jair Bolsonaro tentou explicar o motivo da alteração na tornozeleira eletrônica. Confira:
Reações nas ruas após a manutenção da prisão
Com a notícia de que o ex-presidente permanece detido, atos em capitais e grandes cidades surgiram de forma simultânea. Grupos críticos à sua conduta celebraram a decisão judicial, enquanto apoiadores organizaram concentrações em Brasília e em outros pontos do país. Nas proximidades do condomínio onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar, ocorreram buzinaços e discursos de apoio, contrastando com manifestações que defendiam o avanço do processo no STF. Essa divisão reforçou a tensão política que acompanha cada etapa do caso.
Caminhos prováveis no processo e avanço da apuração
O fato de que o ex-presidente permanece encarcerado abre espaço para novas avaliações sobre o ritmo da investigação. À medida que o STF concentra etapas finais da tramitação, cresce o peso dos elementos técnicos já reunidos, especialmente os ligados à tornozeleira eletrônica. Esses e outros elementos influenciarão diretamente a interpretação sobre cumprimento de medidas judiciais.
Portanto, a sessão virtual desta segunda terá papel decisivo ao confirmar se Jair Bolsonaro continua preso. Além disso, o encerramento dos últimos recursos pode aproximar o processo do início da execução penal. Esse sinaliza uma fase em que decisões do tribunal podem redefinir a trajetória institucional do caso e estabelecer a direção dos próximos passos no processo.











