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Obrigatoriedade do combustível sustentável de aviação em 2027 guia plano da Petrobras

A obrigatoriedade do combustível sustentável de aviação a partir de 2027 reorganiza o setor aéreo e impulsiona a Petrobras, que projeta suprir toda a demanda nacional até 2029. A estatal aposta no coprocessamento nas refinarias do Sudeste para atender os primeiros anos da exigência e prepara unidades dedicadas para elevar a oferta após 2029. As primeiras entregas comerciais ocorreram no Aeroporto do Galeão, no Rio, com 3 mil m³ de SAF certificados, reforçando a estratégia de ampliar o mercado voluntário antes da vigência das metas ambientais. Saiba mais na matéria completa
Refinaria da Petrobras produzindo combustível sustentável de aviação.
Com obrigatoriedade do uso de combustível sustentável de aviaçõo a partir de 2027, Petrobras afirma poder suprir 100% da demanda nacional. (Foto: Reprodução/Petrobras)

A obrigatoriedade do combustível sustentável de aviação (SAF na sigla em inglês) a partir de 2027 remodela o planejamento das empresas aéreas no Brasil e orienta a estratégia da Petrobras, que pretende suprir toda a demanda do mercado até 2029. A estatal informou, em workshop realizado ana última terça-feira (09/12), que conseguiu estruturar oferta inicial suficiente para atender o início da exigência regulatória, que prevê redução de 1% das emissões no setor.

A regulação, criada pelo Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação aprovado em 2023, determina que o percentual de mínimo de combustível sustentável usado na aviação suba para 2% em 2029 e avance um ponto percentual ao ano até atingir 10% em 2037. Esse cronograma, alinhado ao esquema internacional Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation (Corsia), exige previsibilidade de oferta. Segundo Carlos Antônio Machado, gerente de Desenvolvimento do Refino da Petrobras,

“com a estratégia dessas quatro refinarias, a gente consegue chegar até 2029, até a entrada das unidades dedicadas”.

Combustível sustentável de aviação e o início das metas obrigatórias

No curto prazo, a estatal aposta na rota do coprocessamento, reconhecida internacionalmente e certificada pelo padrão ISCC-Corsia, que mede a rastreabilidade e o desempenho ambiental do produto. A produção atual envolve a Refinaria Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e a Refinaria Henrique Lage, em São Paulo. Ambas autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis a incorporar até 1% de conteúdo renovável. A Regap, em Minas Gerais, deve iniciar operação no segundo semestre de 2026, enquanto a Replan, também em São Paulo, pode alcançar até 5% de teor renovável.

Machado afirmou que essa rota tem limites técnicos para aumentar a concentração de insumo renovável, mas cumpre papel decisivo na fase inicial da regulação. “Para começar a transição, eu preciso só de 1% ou 2%, não preciso de mais do que isso”, explicou. Embora a limitação exista, ela não compromete o atendimento às metas obrigatórias dos primeiros anos, quando a indústria ainda se adapta às novas exigências.

Leia também: Plano de negócios da Petrobras prevê US$ 109 bi em investimentos até 2030

Petrobras prepara refinarias e amplia oferta futura de combustível sustentável de aviação

Para a fase pós-2029, a Petrobras estruturou um conjunto de unidades dedicadas ao biocombustível aeronáutico. Todas, portanto, projetadas para elevar o teor renovável e ampliar a oferta nacional. As capacidades previstas são:

  • Refinaria Presidente Bernardes (SP): estimada em 15 mil barris por dia.
  • Complexo Petroquímico de Itaboraí (RJ): previsão de até 19 mil barris por dia.
  • Refinaria de Paulínia — Replan (SP): capacidade projetada de 10 mil barris por dia.

A estatal realizou, na semana passada, as primeiras entregas comerciais desse combustível sustentável de aviação. Na operação, enviou 3 mil metros cúbicos ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Portanto, o volume equivale a um dia de consumo dos aeroportos fluminenses. Para Machado, a movimentação abre espaço para um mercado voluntário mais robusto, antes da entrada das obrigações.

“Depois dessa venda, o mercado vai se animar e vamos conseguir avançar no ambiente voluntário”, afirmou.

Leia também: Ações da Petrobras caem após plano de negócios e reação do mercado

Leitura ampliada para o novo ciclo da aviação

A evolução das regras ambientais pressiona operadores a adotar rotas tecnológicas certificadas, ajustar sua logística e buscar fornecedores capazes de garantir estabilidade de oferta. Mesmo assim, a trajetória dependerá da disponibilidade de matérias-primas, da competição global por insumos e da maturação das rotas de produção. Nesse cenário, a posição da Petrobras tende a influenciar a dinâmica de preços e o ritmo de adoção do combustível sustentável de aviação, com reflexos diretos na transição energética do transporte aéreo brasileiro.

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