Os golpes digitais avançaram com força no comércio eletrônico brasileiro no fim de 2025, impulsionados pelo aumento das compras online e pela criação acelerada de sites fraudulentos. Dados do FortiGuard Labs mostram que o risco deixou de ser pontual e passou a integrar o próprio calendário comercial.
Nos últimos três meses, o laboratório de inteligência da Fortinet identificou 2.900 endereços de e-commerce classificados como maliciosos, o equivalente a 15% dos 19 mil novos sites de compras online registrados no período. O dado indica que a expansão do varejo digital segue acompanhada por uma escalada organizada de fraudes.
Golpes digitais e o uso de datas comerciais
A análise de domínios ligados a datas sazonais encontrou mais de 18 mil novos endereços associados a festas e feriados. Desse total, mais de 14 mil faziam referência direta ao Natal, com 406 sites considerados maliciosos. Ao incluir termos promocionais, como Black Friday e liquidações relâmpago, o número de endereços fraudulentos mapeados chega a 750.
Segundo especialistas da Fortinet, essa tática explora a pressa do consumidor, um padrão comum em golpes online no fim do ano. Esse tipo de fraude digital no comércio eletrônico tende a ganhar eficiência em períodos de alto volume transacional.
Outro vetor relevante dos golpes digitais envolve a imitação de grandes marcas do varejo. O relatório FortiRecon mapeou 14.986 domínios que fazem alusão à Amazon, sendo 13,47% classificados como maliciosos.
Fraudes online exploram o calendário do varejo
O estudo também apontou um avanço expressivo no roubo de credenciais. Nos últimos três meses, mais de 1,57 milhão de contas de login ligadas a grandes plataformas de e-commerce foram encontradas em mercados clandestinos. Esses registros incluem senhas salvas, cookies, tokens de sessão e dados de preenchimento automático.
Sessões roubadas com histórico de compras ativas são especialmente valiosas, pois se assemelham ao comportamento legítimo do usuário. De acordo com a Fortinet, isso dificulta a detecção em tempo real e amplia o risco de perdas financeiras para empresas e consumidores.
A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) também reforçou o alerta sobre fraudes digitais durante a campanha “Tem Cara de Golpe”. O CEO da entidade, Leandro Vilain, afirma que ofertas irreais, pressão para decisões rápidas e pedidos fora de canais oficiais seguem entre os principais sinais de fraude.
Avanço dos golpes digitais no varejo online
Além das fraudes em sites, a engenharia social continua no centro das estratégias criminosas. Mensagens por SMS, e-mail e aplicativos exploram falsas entregas, cobranças via Pix, milhas prestes a expirar e até upgrades de cartões de crédito, conforme levantamento da Kaspersky.
O avanço dos golpes digitais no fim do ano amplia custos com chargebacks, afeta a confiança do consumidor e pressiona empresas a reforçar investimentos em cibersegurança, monitoramento de domínios e autenticação multifator. A tendência indica que a proteção digital se tornou parte estrutural da estratégia do varejo online, e não apenas uma resposta pontual a incidentes.











